Atlético faz contas na Libertadores e tenta “milagre” na final do Estadual

O Atlético Paranaense foi do céu ao inferno em sete dias. Depois de vencer o Flamengo e alcançar as nuvens no grupo 4, da Libertadores na semana passada e ficar a um passo da próxima fase da competição, o Furacão parou de soprar e virou brisa diante dos adversários. Tomou três do arquirrival Coritiba no primeiro jogo da final do Estadual em plena Arena da Baixada no último domingo e no meio da semana, levou mais três em casa, do argentino San Lorenzo, resultado que derrubou o time da liderança do grupo para terceira colocação, com sete pontos – mesma pontuação dos argentinos que tem melhor saldo e a frente do Universidad Católica, com cinco. O Flamengo é o líder, com nove pontos.

No grupo considerado da “morte”, o Atlético está com a faca no pescoço.

Agora para avançar na Libertadores, o time faz as contas: precisa ganhar  do Universidad Católica, no Chile para se classificar, no dia 17 de maio. Caso empate terá que torcer por uma vitória do Flamengo sobre o San Lorenzo, na Argentina. Se perder, dá adeus ao torneio.

A matemática não parece tão complicada para o Atlético-PR, uma vez que não depende de outros resultados para seguir na competição sulamericana, mas o que preocupa o torcedor é o rendimento do time dentro de campo. Se até então, o Atlético se vangloriava pela solidez do sistema defensivo, com a firmeza da dupla Thiago Heleno e Paulo André e a segurança do goleiro de Seleção, Wéverton, nos dois últimos jogos esse ponto forte da equipe se tornou vulnerável. Desde o ano passado, o time se sobressaia diante dos adversários por sofrer poucos gols e conseguir, de algum jeito, mesmo sem uma organização tática clara, sem criatividade no meio de campo, marcar os gols necessários para vencer os jogos. Como mandante foi o melhor do Brasileiro. A sorte acompanhava o time atleticano até aqui. “Perdemos completamente aquela eficiência e solidez defensiva. Ano passado, era o suporte. O objetivo era e é manter isso e agregar com outros jogadores uma melhora no ofensivo. Neste momento, a equipe não está fora de possibilidade nas competições, mas o rendimento poderia e deveria estar melhor”, concluiu o técnico Paulo Autuori.

Diante do San Lorenzo, não só o meio, como o ataque pouco produziu. A melhor peça, o volante Rosseto que dava boa mobilidade ao time foi retirado pelo técnico Paulo Autuori no intervalo quando o Atlético já perdia por 1 a 0 para a entrada de Felipe Gedoz – que inexplicavelmente não começou jogando.

Mesmo com maior tempo com a posse de bola, o Atlético trocou passes sem objetividade, lateralmente. Improvisado na direita, o zagueiro José Ivaldo não teve qualidade para fazer uma única jogada de linha de fundo pelo setor. Na esquerda, Sidicley, novamente falhou na marcação e mesmo com esforço e boas jogadas no apoio sofreu com a apatia dos companheiros.

Enquanto os argentinos, famosos pela raça, jogavam como o esperado, disputando cada bola com gana, os atleticanos não demonstravam a mesma aplicação e em determinado momento, o torcedor percebeu e os gritos de apoio viraram de cobrança. Ao final do jogo, indignados com a vexatória derrota, começaram a pedir a volta de jogadores que já deixaram o time e que fariam a diferença na partida como o atacante Walter, o lateral Léo (que está afastado do time por indisciplina) e até o meia Vinícius.

Nesse clima de terra arrasada, o time atleticano terá pouco tempo para curar as feridas e buscar uma reação. “Estamos tristes, duas derrotas por três a zero em casa, mas no domingo, temos que jogar para ser campeão. Não é impossível (reverter a vantagem de 3 a 0, no Couto Pereira), no futebol tudo é possível e vamos buscar esse título”, disse o atacante Pablo.

Um otimismo que o torcedor atleticano espera ser colocado em prática daqui em diante.

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