Isabel Baran: uma vereadora de fibra

Dimas Rodrigues

Quando ela fala, todos param. Quando questiona, vai fundo na questão. Esclarecida, mas sem soberba, detalha com argumentos bem embasados, a realidade que a cerca no âmbito local e nacional. Bem sucedida profissionalmente, Isabel Baran resolveu no ano passado fazer ecoar sua voz e investiu no sonho de contribuir para a transformação da vida das pessoas, na busca pelo bem coletivo. Mesmo sem nunca ter se envolvido na política, a não ser ouvindo a experiência do pai que foi, em um distante passado, vereador de Mandirituba, se lançou como candidata a vereadora de Fazenda Rio Grande e para isso, se filiou a um partido novo que prega o combate às velhas e nocivas práticas políticas.

Carismática e bem quista na cidade foi vitoriosa nas urnas e no novo quadro do Legislativo fazendense que passou por uma significativa renovação – com apenas quatro vereadores reeleitos -, a vereadora Isabel Baran (REDE) em pouco tempo conseguiu se destacar. Não apenas por ser a única mulher na bancada, mas por exercer com lucidez e com coragem uma função que é dever de todo vereador: de fiscalizar o Executivo. Às vésperas de completar 100 dias da abertura das sessões plenárias na Câmara Municipal de Fazenda Rio Grande, a vereadora Isabel Baran contou um pouco sobre suas primeiras impressões no cargo e inteligente, detectou algo estranho em muitos projetos de lei enviados pelo prefeito. “O que mais me impactou foi o modo de como os projetos chegam do Executivo. Vem sem estudo mais profundo, sem cronograma de execução, sem dados do impacto dos resultados, sem meta justificada. São superficiais, sempre faltam dados. E como você vai assinar algo assim?”, disse Isabel, acrescentando. “E além disso, normalmente vem como pedido de urgência. Para que fazer às pressas? Quando peço mais informações, cronograma, plano, planilhas aos secretários ou para o gestor, elas não são dadas. Parece que existe só um poder e existe o esforço para aprovar os projetos no ritmo que é solicitado, sem uma análise aprofundada. Não é assim que funciona, a gente quer transparência”, questiona.

A vereadora afirmou que a população merece maior atenção da gestão e que o Executivo e seus apoiadores têm o discurso ensaiado para justificar as frequentes reclamações da população nas cobranças pela melhoria nos serviços públicos, especialmente nas áreas de Saúde e Segurança. “Existe um descaso com a população. E isso me deixa muito triste, porque eu realmente me preocupo e tenho amor às pessoas e se não fosse para ajudar a melhorar eu deixaria a política. E o que vemos na Câmara e na Prefeitura é que nada se faz porque Fazenda Rio Grande cresceu muito. Esse é o discurso. Mas aí vem uma de tantas incoerências. Porque continuam liberando loteamentos?”, comentou a vereadora.

Isabel discorreu sobre outros projetos apresentados pelo Executivo que ela considerou como “incoerentes”, como no que prevê o congelamento dos salários dos servidores e aumento para os contadores da Prefeitura. “Defendo o aumento para todos os servidores independente da função. Falam da austeridade, da economia, mas parece que economizam na agulha e gastam com coisas maiores, como a desapropriação de uma área grande na cidade, em que havia débitos com impostos e foi feito o pagamento do terreno a vista, em um processo que ainda precisa ser detalhado. E mais. Onde foi gasto o dinheiro da FazPrev? Não depositaram o dinheiro no fundo dos servidores que serve para aposentadoria e depois para repor, sem o parecer dos servidores, apresentam um projeto para parcelar essa dívida em 36 vezes?  Votei contra”, comentou.

Isabel ainda trabalhou nesse período colhendo informações para apresentar novos projetos e após o recesso dos vereadores no próximo mês fará uma prestação de contas do mandato. E para sorte do eleitor de Fazenda Rio Grande esse relatório deverá vir com um relevante e corajoso conteúdo de quem tem fibra e acredita que é possível usar a política para ajudar o próximo.

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