A Queda do Temer

O presidente Temer será o terceiro presidente a sofrer impeachment. É o início de uma nova era na política brasileira. Os políticos passarão a ser mais comedidos na corrupção. O medo de ser pego, destituído dos seus cargos e preso por corrupção fará parte da mentalidade dos políticos daqui para frente. É uma grande mudança.

A atual geração de políticos se criou na mentalidade da impunidade e de foro privilegiado. A maioria se sentia à margem da lei. O cargo lhes dava impunidade. A eleição do ano que vem será histórica. O Congresso Nacional vai se renovar. Uma nova mentalidade política chegará ao poder.

Essa transformação já começou. A economia simplesmente deslocou da política. Após dois anos de profunda recessão, o Brasil retomou o crescimento. Vai demorar um pouco para que os economistas percebam que ela é muito mais intensa que se estava imaginando.

A atual conjuntura internacional favorece o Brasil. Somos o único país do mundo a fazer frente à agricultura dos Estados Unidos. A política do presidente Trump de enfrentamentos com todos os países leva ao isolacionismo. Todos os países desconfiam das intenções norte-americanas. A China foi colocada como a sua principal oponente. Ela não consegue mais produzir alimentos suficiente para sustentar a sua população. Precisa de importações para a sua segurança alimentar. Entre importar alimentos dos Estados Unidos ou do Brasil é evidente que a China prefere o Brasil.

Os investimentos chineses no Brasil já começaram a aumentar. Vão crescer ainda mais após a posse do novo presidente em 2019. A destituição de presidentes através do processo de impeachment dá uma segurança jurídica aos contratos de negócios. O Estado Brasileiro preserva os seus contratos, independente da linha política dos seus presidentes.

Atrás da China outros países virão investir muito mais no Brasil, simplesmente para aproveitar o crescimento econômico. Estamos no início de um novo ciclo de crescimento econômico de longo prazo. Nos próximos meses as commodities vão aumentar de preço. São os ciclos econômicos de médio prazo. No momento atual, as commodities já passam a fase de quedas de preços e entram numa fase de recuperação.

Nos próximos meses o ciclo de longo prazo, somado ao ciclo de médio, vão produzir um grande crescimento econômico. Como a capacidade ociosa da indústria é muito alta, a produção pode aumentar bastante sem grandes investimentos. Esse é o ciclo de expansão de curto prazo. Neste instante os três ciclos de expansão estão se somando.

Com preços mais altos das commodities e aumento dos volumes produzidos de todos os itens, os superávits da balança comercial devem aumentar ainda mais. É provável que neste ano ele fique por volta de 75 bilhões de dólares e em 2018 em torno de 100 bilhões. Números que o mercado financeiro brasileiro teima em não acreditar. O mercado financeiro ainda está prevendo superávit entre 50 e 60 bilhões de dólares, contra todas as evidencias de números muito mais generosos.

A recessão econômica deixou cicatrizes na mentalidade dos economistas. Os primeiros números da recuperação econômica geram desconfiança, os economistas estão muito inseguros com relação à intensidade e na duração desse novo ciclo de expansão.

Fatos novos estão ocorrendo: queda da inflação abaixo do esperado, descolamento da economia da crise política, superávits da balança comercial acima do esperado. É um cenário totalmente novo e difícil de compreender. O Brasil entrou em uma nova era. Um ciclo de expansão econômica que ocorre a cada 200 anos e produz grandes transformações.

O otimismo deve retornar ao mercado financeiro só no segundo semestre do ano que vem. Até lá o pessimismo e a desconfiança devem dominar. Enquanto isso o Brasil real vai crescendo a olhos vistos. A queda do Temer é o final de uma era.

 

 

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