Viu?! Viu?!…

Foto: Rafael Neddermeyer

Quando a gente desobedecia e se dava mal, o que dizia a mãe, ou o pai? Claro: “Viu?! Viu?!…”. E acrescentava: “Eu disse para não…”.

Pois é, amigo leitor… Por mais que pessoas conscientes como nós, ou professores, ou cientistas falem, ainda assim há “desobedientes” por aí. Talvez até por isso seja desculpável repetirmos raciocínios e alertas.

O homem tem poluído o ar, a água, os solos (e, consequentemente, seus alimentos), desmatado amplas áreas (notadamente de mata ciliar), eliminado as condições de vida de espécies sensíveis (sejam vegetais ou animais), diminuído recursos de sobrevivência de outras espécies, provocado em ao menos alguma escala as alterações climáticas (que também alteram as condições de vida de muitas espécies, inclusive do próprio homem), etc. Uma das consequências da irresponsabilidade do homem em sua relação com a natureza é o tal do efeito estufa. Pergunto: será que o efeito estufa tem “dado as caras por aí”, ou nem é tão grave?…

Vamos olhar juntos ao nosso redor e lembrar como foram os últimos 60 dias. Praticamente não choveu. Atrasou o plantio da nossa safra de verão (milho, soja, arroz, sorgo, girassol, etc.). Muitos plantaram estimulados pelas previsões de chuva (“juradas” pela mídia televisiva) e perderam toda a semente (aconteceu no sudoeste, oeste e norte-noroeste do Paraná). O amigo leitor sabe que 60 Kg de semente de milho tem custo de mais de 20 sacas de 60 kg de milho a preço de venda? E o prejuízo vai além da semente: há os custos de plantio (horas-máquina, mão-de-obra, manutenção…). Agora choveu; mas chuva desparelha. Vejamos que de 6a. (dia 29 de setembro) à tarde até sábado de manhã as ruas de Joinville (SC) ficaram alagadas, cobrindo até automóveis estacionados; enquanto 40 Km ao norte, nenhuma gota! No domingo, em Francisco Beltrão, Marmeleiro, Renascença (cidades do PR), choveu, mas só granizo, o que está longe da normalidade (costuma vir chuva depois).

Lembra o mar? Havia recuado como jamais visto; barcos no seco por todo agosto e metade de setembro… Permanecia violento mesmo recuado, com ressacas sequenciais, as quais continuam – totalmente anormal. Há pouco mais de semana, o mar destruiu as praias do Campeche, Armação e Matadeiro, na Ilha de Santa Catarina, além de outras. O governador de Santa Catarina chegou a pedir ajuda federal. Repito: isso jamais havia acontecido! Por que está acontecendo?…

Podem ser fenômenos que se repetem a cada 100 ou 200 anos… Mas também podem ser sinais de que o bicho homem está “mexendo com vespeiro”…  desobedecendo às leis da natureza… e colhendo as consequências. O que vamos dizer a esse bicho teimoso?!… “Viu?! Viu?!… Nós dissemos para não…” – e aqui o amigo leitor sabe muito bem o que falar. E faz bem em falar. Como habitamos o mesmo planeta, precisamos promover a conscientização e cobrar responsabilidade de todos… Afinal, todos pagamos juntos o preço dos erros de poucos.

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