Horário de verão começa nesse domingo

Depois de correr o risco de ser extinto nesse ano, começou nesse domingo (15/10) o horário de verão, quando os relógios tiveram que ser adiantados em uma hora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Segundo o médico Marcos Pontes, a mudança de horário altera a ordem temporal interna do nosso corpo, que regula os ritmos de sono e temperatura. “Com o horário de verão, tendo um desajuste, entra em uma fase de desordem temporal interna. Então, as pessoas acabam tendo que gerar uma nova sincronização porque esses ritmos têm fases diferentes”.

As consequências da mudança de horário no organismo podem ir desde mal-estar, dificuldades para dormir, sonolência diurna e até alterações de apetite. Segundo Pontes, é preciso tomar alguns cuidados nos dias seguintes à mudança de horário, como evitar dirigir distâncias longas. “É a mesma coisa de fazer uma viagem de um fuso horário para outro, tem um período para o organismo se adaptar àquele novo horário”, diz o médico.

Quem conhece bem alguns desses sintomas é o químico industrial Stanley Avelleda.  “Eu odeio horário de verão. Não sou de dormir muito e como esse horário, durmo menos ainda, parece que o tempo voa com esse horário. Não me adapto”, disse Avelleda.

Já para o químico e estatístico Wladimir Lopes as consequências no organismo são praticamente imperceptíveis. “Não tenho problemas para acordar cedo, então não sofro com a mudança de horário”, disse, em aprovação ao novo horário.

Quem também gosta dessa tradicional mudança no relógio é a professora universitária Daniele Schntzler. “Eu adoro o horário de verão pois me possibilita sair do meu trabalho e ainda ter sol para ir ao parque ou fazer um happy hour. O único inconveniente é que parece que o período da manhã passa voando”, disse a professora que tem a opinião compartilhada pela irmã, Mariane que mora em Minas Gerais e já sabe o que fazer no primeiro dia no ajuste dos ponteiros. “Aqui faz muito calor, então quase todos os dias vou para o clube aproveitar a piscina”, disse, animada.

Em Curitiba, os amigos Maurício Carvalho e Fábio Augustus também curtem as horas “a mais” do dia. “Eu gosto demais do horário de verão. Além da economia relacionada ao recurso natural, também pode se aproveitar mais o período da tarde, pois ao sair do trabalho temos mais tempo para aproveitar com diversas situações, como a prática de atividades ao ar livre, sair com a família, amigos”, disse Augustus para em seguida o amigo Maurício emendar. “Mais claridade para começar a beber”, resumiu, com bom-humor.

Economia contestada

Por pouco o horário que divide opiniões (e estado de humor) das pessoas não foi interrompido nesse ano no Brasil. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, o horário de verão não tem surtido efeito na economia de energia elétrica, em razão das mudanças nos hábitos de consumo de energia. De acordo com o órgão, a temperatura é quem determina o maior consumo de energia e não a incidência da luz durante o dia, fazendo com que, atualmente, os picos de consumo ocorram no horário entre 14h e 15h, e não mais entre 17h e 20h. O ONS aponta que no horário de verão praticado em 2016/2017 a economia foi de R$ 159,5 milhões, valor abaixo período de 2015/2016, que foi de R$ 162 milhões que não causa impacto significativo na operação. Contudo, a escassez de chuvas e o nível baixo dos reservatórios pesou na decisão de manter o horário de verão. O governo informou que, para 2018, deve fazer uma pesquisa para decidir se mantém ou não o horário diferenciado nos próximos anos. O horário de verão é adotado desde 1931 no Brasil e sem interrupção desde 1985 e neste ano vai vigorar até o dia 19 de fevereiro de 2017.

Dimas Rodrigues com Agência Brasil

- Anuncie Aqui -