O presidente Michel Temer conseguiu em longa sessão da Câmara dos Deputados nessa quarta-feira (25/10) votos suficientes para barrar o prosseguimento da denúncia em que é acusado de ser o chefe do “quadrilhão do PMDB”. Ele precisava de 172 votos e teve 251. Outros 233 parlamentares foram favoráveis ao andamento do processo. Assim, a denúncia contra Temer foi arquivada.
O voto do deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), líder da maioria, foi decisivo para Temer ver rejeitado o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o Supremo Tribunal Federal (STF) o investigasse. Além do presidente, foram beneficiados com a votação os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral). Isso porque, de acordo com a Constituição, era necessário que ao menos dois terços dos deputados votassem a favor da continuidade da investigação.
Estima-se que o custo para livrar Temer seja de R$31 bilhões de reais, segundo levantamento da Folha de S. Paulo. O valor se refere a concessões e medidas negociadas com parlamentares.
Entenda o caso
No dia 14 de setembro, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot apresentou ao STF a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Em junho, Janot havia denunciado o presidente pelo crime de corrupção passiva. Desta vez, Temer é acusado de liderar uma organização criminosa desde maio de 2016 até 2017. De acordo com a denúncia, o presidente e outros membros do PMDB teriam praticado ações ilícitas em troca de propina, por meio da utilização de diversos órgãos públicos.
Além de Temer, são acusados de participar da organização criminosa os integrantes do chamado “PMDB da Câmara”: Eduardo Cunha (preso no Paraná), Henrique Alves, Geddel Vieira Lima (dono do apartamento que escondia 51 milhões de reais), Rodrigo Rocha Loures (flagrado na saída de uma pizzaria com uma mala com R$500 mil reais), Eliseu Padilha e Moreira Franco. Todos os denunciados negam as acusações.
Bancada paranaense
A maioria da bancada paranaense na Câmara dos Deputados se posicionou pelo arquivamento da denúncia contra o presidente Michel Temer. Dos 30 deputados foram 18 votos “sim”, a favor do relatório que rejeitava a denúncia e 12 “não”, que indicava o prosseguimento das investigações contra o presidente e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.
Votaram pelo arquivamento da denúncia os seguintes deputados do Paraná: Alex Canziani, Alfredo Kaefer, Dilceu Sperafico, Edmar Arruda, Evandro Roman, Giacobo, Hermes “Frangão” Parcianello, João Arruda, Luiz Carlos Hauly, Luiz Nishimori, Nelson Meurer (o sucessor de José Janene), Nelson Padovani, Osmar Bertoldi, Osmar Serraglio, Reinhold Stephanes, Sérgio Souza, TONINHO WANDSCHEER (ex-prefeito de Fazenda Rio Grande) e Takayama.
Os 12 deputados paranaenses que votaram “não” que significava o prosseguimento das investigações contra Temer no Supremo Tribunal Federal (STF) foram: Aliel Machado, Assis do Couto, Cristiane Yared, Delegado Francischini, Diego Garcia, Ênio Verri, Leandre, Leopoldo Meyer, Luciano Ducci, Rubens Bueno, Sandro Alex e Zeca Dirceu.
