A Necessidade das Mudanças

Tudo tem um ciclo de vida. Os sistemas políticos também. O momento atual é de uma grande transformação; muitos querem que as coisas se modifiquem rapidamente, outros querem que as coisas fiquem como estão. A grande maioria não sabe o que pensar. Ficam simplesmente vendo as coisas acontecerem.

A crise na economia foi muito severa. Uma recessão como essa não tivermos nos últimos 100 anos. Fruto de um sistema político extremamente destruidor. É evidente que os partidos de esquerda e os seus apoiadores vão ser varridos do poder. Uma forte renovação vai acontecer. O que está faltando, no momento, é um projeto de reconstrução do país.

Existe um grande espaço para a apresentação de novos projetos. O momento atual é uma rara oportunidade de concepção de um novo futuro para a nação.  De imaginar o país que queremos ter, não para nós, mas para nossos filhos, para os nossos netos.

A construção de um novo país começa com a educação. Ela é a base de tudo. Há cinquenta anos as melhores escolas eram as públicas. O ensino privado era bastante restrito. Existiam poucas escolas e a grande maioria era de baixa qualidade.

Nem todas as escolas públicas eram de excelente qualidade, mas as melhores eram públicas. O conceito era de ter no ensino público escolas de referência, que deveriam guiar as outras escolas. O governo tinha modelos de excelente qualidade, um exemplo era o Colégio Estadual do Paraná aqui em Curitiba, atuava no ensino fundamental II e médio.

Havia teste de admissão para as melhores escolas. E toda a estrutura era voltada para selecionar os melhores alunos e dirigir o ensino para formá-los com uma educação de qualidade. Também existia, no ensino Fundamental I, escolas de referência. No ensino superior, existia poucas Universidades, a grande maioria públicas, poucas as vagas e os exames de seleção extremamente concorridos. E a grande maioria dos alunos vinham do ensino público.

O sistema ideológico de esquerda destruiu as escolas de referência no ensino fundamental e médio no setor público. O que transferiu para o setor privado a responsabilidade da melhor qualidade de ensino.

O atual sistema é de uma seleção econômica. Os melhores alunos fazem o ensino básico no setor privado. Nas universidades públicas, hoje a maior parte dos alunos fizeram a sua formação no setor privado. Para os alunos de menores recursos econômicos sobraram vagas nas universidades privadas, que na grande maioria dos casos têm uma baixa qualidade de ensino.

O sistema atual de ensino é injusto. Cria uma seleção econômica. Só as pessoas mais ricas é que conseguem uma melhor formação. É evidente que existem algumas exceções. Mas a concepção do atual sistema de educação pública é dar uma melhor formação para a elite econômica, que na maioria dos casos está dependente dos cargos públicos.

Dentro dos cargos públicos existe uma pequena elite que tem altíssimos salários, cujos filhos terão acesso a um ensino de melhor qualidade. Todo o sistema de ensino foi construído para privilegiar essa pequena elite.

Esse modelo de privilégios deve ser substituído por um modelo de igualdade de oportunidades para todos os cidadãos. Essa igualdade deve começar no sistema de ensino. O sistema de ensino público deve ser reformado para ter uma altíssima qualidade, desde a pré-escola até o ensino universitário, para todos os brasileiros.

Sem oportunidades iguais para todos os cidadãos no sistema de ensino não haverá uma democracia estável. Toda a fragilidade do nosso sistema político atual advém da baixa formação de grande parte da população. Que é facilmente manipulada pelos políticos atuais. Todo o sistema atual é intencional por parte dos políticos atuais.

Nos países do norte da Europa um ensino básico de altíssima qualidade é o grande objetivo do governo. Na Finlândia, que é o atual modelo de referência de melhor sistema de ensino no mundo, todo o ensino fundamental e médio é público. A posição de professor de ensino é extremamente valorizada. Sem um mestrado um professor não pode dar aula nas pré-escolas. Os concursos de pós-graduação para a formação de professores são os mais concorridos, e com exames extremamente rigorosos, menos de 10% dos candidatos são aprovados.

No Brasil, os professores na pré-escola são extremamente desvalorizados. Ganham baixos salários e raramente têm uma boa formação. Essa era uma situação que existia nos países atualmente desenvolvidos na primeira metade do século XIX. Ou seja, o nosso sistema de ensino está 200 anos defasado com relação aos melhores sistemas de ensino público do mundo. Essa é a nossa dura realidade, produto do nosso sistema político atual.

O Brasil caminha rapidamente para ser a sexta ou até mesma a quinta economia do mundo. O crescimento da nossa produção agrícola e agora do petróleo vai trazer uma grande riqueza. Só que o nosso sistema político atual é extremamente concentrador de riquezas e de educação. É preciso mudar esse sistema de injustiça e reformar completamente o nosso sistema de ensino. É preciso reduzir a distância do nosso sistema de ensino com relação ao dos países mais desenvolvidos do norte da Europa.

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