Crise no Rio de Janeiro

A intervenção federal no Rio de Janeiro, que aconteceu na sexta-feira passada, 16 de fevereiro, é só um longo capítulo da crise moral que afeta a política no Brasil.

O Rio de Janeiro tem uma longa história de corrupção nos órgãos públicos. Crise já acontecia na época do Governo de Getúlio Vargas, quando o Rio era a capital do Brasil. Com a inauguração de Brasília, em 1960, o Rio perdeu muito das rendas e poder político. Com a unificação do Estado da Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro, em 1975, essa decadência se acentuou. São Paulo tomou à frente da economia e Brasília da política.

O que sobrou no Rio de Janeiro foram a sede de algumas empresas públicas, sendo a Petrobras a maior de todas. A crise de corrupção na Petrobras foi a gota d’água. O desinvestimento foi muito forte. As rendas dos royalties da produção do petróleo caíram, em função da queda dos preços internacionais. Como toda a renda do Estado ia da mão para boca, o Estado do Rio de Janeiro ficou sem dinheiro, não consegue nem pagar a folha de pagamento. Só não foi à falência porque a União continua pagando todas as suas contas vencidas. O Estado do Rio está inviável.

A saída é uma grande reforma moral e estrutural que vai cair no colo do próximo governador a ser eleito em outubro. Até lá, o administrador do Rio de Janeiro será o Presidente da República, que também está respondendo vários processos por corrupção. O governador passa a ser uma figura decorativa. Uma rainha da Inglaterra, que reina, mas não governa. Outros estados estão em situação muito parecida com a do Rio de Janeiro.

Estamos vivendo um momento de transição. O próximo presidente e os próximos governadores terão que resolver uma grave questão da gestão dos serviços públicos. A saída é melhorar a gestão pública. Reduzir drasticamente as despesas com o quadro de funcionários e principalmente com as aposentadorias dos funcionários públicos e de políticos. Muitos dos privilégios, como o acúmulo de aposentadorias, precisarão ser extintos. O número de funcionários públicos e contratados precisará ser reduzido.

Só cortar despesas não será suficiente. É preciso melhorar a eficiência da máquina pública. Copiar técnicas de gestão das empresas e melhorar muito a produtividade dos serviços públicos. Técnicas mais eficientes existem, só falta implementá-las.

Com um estado mais leve e ágil o crescimento do Brasil vai se acelerar. Em 2018 já vai surpreender, ficará por volta de 5%. Alguns economistas já estão falando de 3,5%. A balança comercial vai crescer novamente, ficará em torno de 90 bilhões de dólares. O início do ano já foi surpreendente.

As crises morais têm a capacidade de fazer grandes transformações. Elas colocam as deficiências à mostra. Criam uma grande revolta na mentalidade das massas. Por esse motivo é preciso ter calma nestes momentos de crise. As transformações já começaram.

O Brasil está vivendo grandes transformações. Comportamentos antigos das elites não são mais aceitos. As mídias socais colocaram as feridas morais a mostra. A afronta que o PT fez às instituições morais foram a gota d’água das transformações sociais.

O processo de ajuste moral já começou. A leniência com o roubo do dinheiro público acabou.

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