Guerra Comercial

Trump, o presidente dos Estados Unidos, continua a fazer das suas. Agora disparou uma guerra comercial, impondo tarifas para a importação de aço e alumínio. O maior atingido com as restrições foi o Brasil, mas o objetivo era atingir a China e criar uma imagem de protetor dos empregos dos norte-americanos. É um governo populista que vai fazer muitos estragos na economia norte-americana.

O resultado foi a perda da credibilidade. Todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos se sentiram desprestigiados, para falar pouco. A tendência é que muitos tentem reduzir as compras de produtos norte-americanos, principalmente os produtos mais estratégicos para os seus países. Eles vão procurar alternativas. O que vai provocar grandes alterações nas relações comerciais entre os países.

Em consequência, o Brasil vai crescer. Soja e milho são as commodities agrícolas mais exportadas, em volume pelo Brasil. O México já está dando preferência a compra de milho do Brasil, em detrimento dos Estados Unidos, que era o seu fornecedor tradicional.

A China é muito dependente da soja para alimentar o seu povo. Lá a soja é mais usada para alimentação humana do que para a alimentação dos animais, como acontece na Europa. Brasil e Estados Unidos são os maiores exportadores de soja. A tendência é que a China tente aumentar a participação da soja brasileira em detrimento da soja norte-americana. O que deve aumentar ainda mais as exportações de soja para a China.

O resultado desse movimento deve ser um grande crescimento da agricultura de exportação. Que já vinha crescendo bem.  Agora vai tomar um novo impulso, ampliando o ritmo de crescimento de toda a nossa economia. O primeiro resultado será o aumento dos volumes exportados de soja e milho. Em consequência, a balança comercial deve aumentar o superávit.

A safra do ano passado já foi muito boa, com a produção de 114 milhões de toneladas de soja. A deste ano promete ser maior ainda, acima de 117 milhões. Os estoques de passagem foram altos. A tendência agora é a redução dos estoques, com o aumento das exportações.

O que deve aumentar o preço da soja e do milho no mercado interno. Com preços altos os agricultores deverão ampliar a área a ser plantada com soja e milho. E aumentar muito o uso de tecnologias para crescer a produtividade. Esse movimento deve ser mais sentido no segundo semestre. E atingir toda a economia no primeiro semestre do ano que vem.

A maioria das pessoas ainda sente muita desconfiança com relação ao crescimento da economia. Os sintomas da recessão ainda estão muito presentes. As denúncias de corrupção ainda estão tomando quase todo o tempo do noticiário. Fica difícil acreditar em algo bom nesse cenário de tanta desconfiança.

Só que essas denúncias já alteraram o comportamento dos políticos. Eles estão com muito medo de serem pegos pela justiça. O que leva a uma redução da corrupção. O que é ótimo para a economia, pois sobra mais dinheiro para os investimentos.

Outro ponto interessante é a divulgação das falhas dos serviços públicos. Eles agora são destaques nos noticiários. Um exemplo é o asfaltamento da BR-163, que leva a soja do Mato Grosso para os portos do Arco Norte. Filas de quilômetros de caminhões para passarem nos atoleiros da estrada já cansaram o povo. Todo o ano é a mesma coisa e o governo não faz nada.

A campanha eleitoral deste ano mostrará em detalhes todas as falhas dos políticos atuais. Os desvios de dinheiro, os projetos que não saíram do papel, apesar da grande propaganda, as obras inacabadas, os erros de implementação dos projetos, etc… Tudo vai correr as redes sociais. Poucos políticos conseguirão a reeleição.

O clima econômico em 2018 será muito diferente. O crescimento econômico já deve estar acima de 5%. Um novo conjunto de políticos deve ser empossados, a grande maioria sem os vícios do passado. O aumento das exportações agrícolas brasileiras deve contaminar toda a nossa economia. Só que poucos brasileiros estão acreditando nesse cenário. A maioria ainda contínua lambendo as feridas da crise econômica.

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