O ex-governador do Paraná Beto Richa foi surpreendido com uma notícia nada agradável. A cópia do processo contra ele no âmbito da delação da Odebrecht que corria no Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi enviada ao juiz federal Sérgio Moro para investigação na última quinta-feira (26). O STJ também encaminhou a ação para a Justiça Eleitoral.
Segundo a assessoria de imprensa do STJ, tanto Moro quanto a Justiça Eleitoral do Paraná, “no âmbito de suas esferas de atuação, deverão agora dar encaminhamento às investigações”.
Essa determinação feita pelo ministro Og Fernandes atendeu a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR). O processo estava a cargo do STJ por conta do foro privilegiado de Beto Richa, então governador. Porém, em abril, Richa deixou o cargo para concorrer ao Senado em outubro e perdeu o foro. Segundo delatores da Odebrecht, Richa recebeu mais de R$ 3 milhões em “vantagens indevidas” para as campanhas eleitorais de 2008, 2010 e 2014, as quais teriam sido geridas por outras pessoas.
A defesa de Beto Richa diz que essa decisão “diverge de casos similares”. Há poucos dias, outro político tucano, o ex-governador Geraldo Alckmin que também perdeu o foro privilegiado ao se licenciar do cargo para concorrer à Presidência teve o processo contra ele enviado apenas para a Justiça Eleitoral.
Confira a íntegra da nota de defesa de Richa.
“A decisão do ministro Og Fernandes, determinando a remessa do caso à Justiça Eleitoral e à Justiça Federal, atende requerimento do Ministério Público Federal, que muito estranhamente diverge totalmente do posicionamento adotado em casos similares. A defesa de Beto Richa afirma ainda que buscará a observância do princípio da isonomia de tratamento em investigações que muito se assemelham”, disse o ex-governador, por meio de sua assessoria de imprensa.
