Andressa Urach: “Eu não conseguia acreditar que existia um mal na minha vida”

Em recente testemunho divulgado na internet, a modelo e apresentadora Andressa Urach revelou que tinha vícios em drogas, álcool e prostituição, além de uma mania incontrolável de comprar sapatos. Extremamente vaidosa fez várias cirurgias plásticas e em uma delas, quase morreu. Em conversa com o Bispo Claudio Lana, Andressa relata como era o seu dia a dia de badalação e de festas e que momento conseguiu ser curada dos vícios.

Quais foram seus vícios?

Andressa Urach: Tinha muitos vícios, na prostituição, em pornografia, álcool, cigarro, cocaína, maconha, tinha vícios em sapatos e cirurgias plásticas.

Vícios em sapatos? Esclarece como é esse vício, o que acontecia?

Andressa Urach: Eu tinha necessidade de sempre comprar um sapato para satisfazer um vazio que tinha aqui dentro, tinha um buraco dentro do meu peito, uma ansiedade. Então, quando comprava um sapato, ah, eu sentia um prazer! Meu momento de lazer era ir no shopping e comprar um sapato. E sempre ia lá e comprava. Só que depois que eu tinha ele, eu nem usava. Ficava guardado no armário. E comprava outro, outro.

– E o vazio voltava…

Andressa: Sim, o vazio voltava. Eu tinha mais de 500 sapatos no meu armário.

E quais eram outros extremos, por exemplo, no vício de drogas, no momento que você chegou à igreja? 

Andressa: Perdi a dignidade. Me tornei uma vergonha para minha família. Era uma pessoa que bebia muito. Minha rotina era beber todos os dias. Ia para balada todos os dias. E numa dessas de ficar bebendo muito, briguei na balada e quebrei um copo no rosto de um bandido e era de uma facção e então fui ameaçada de morte. Cheguei a ter três overdoses e em uma dessas overdoses eu deixei meu filho, eu deixei minha mãe no dia do meu aniversário para ir atrás de um rapaz qual eu era apaixonada por ele e ele me humilhou (justamente) no meu aniversário durante o período que estava naquela festa e eu usei muitas drogas. Porque eu buscava a felicidade. Eu não conhecia outra felicidade sem ser as drogas. E eu buscava preencher esse vazio. E quando eu usava a bala (ecstasy), o doce, o lança perfume, a cocaína, a maconha eu usava muito, muito, muito, muito, porque eu queria muito a felicidade… E eu cheguei quase a morrer três vezes por isso. Teve uma situação que eu cheguei a desmaiar, ficar desacordada e chegou a criar boatos que eu fui abusada sexualmente numa dessas raves, só que eu não lembro. Eu até me envergonho por isso.

Mas quem vive no vício sabe, o quanto você é escravo! Porque ninguém te entende. E passou um filme na minha cabeça de lembrar de tudo que vivi. Porque eu era presa aos vícios. Eu achava que era livre, porque eu fazia que eu queria, a hora que eu queria, ninguém mandava em mim. Mas, eu era presa. Presa ao cigarro, porque quando chegava no final de tarde, meu momento de relaxar, era fumar um cigarro, servir uma Amarula, beber, começava a beber por volta das 7 horas da noite e depois ir para balada, cheirar cocaína, beber muito na balada, depois voltar para casa, tomar calmante, as vezes dois, três calmantes para dormir. Me viciei em calmante, cheguei a ter depressão e síndrome do pânico, onde os psicólogos e psiquiatras falavam que não tinha cura e eu tinha que conviver com aquilo e cada vez mais remédios.

Me tornei dependente desses remédios, porque não conseguia dormir. Tinha muita insônia. Então minha vida era essa: droga e calmante, droga e calmante.

– A aparência para quem te via de fora, me lembro de uma entrevista sua na TV, você falava, eu não sofro. Mas por dentro você estava morrendo que é o que acontece com muitos viciados. Eles aparentam que estão curtindo, mas por dentro eles têm aqueles momentos de depressão, de angústia, hoje você revela que tinha tudo isso…

Andressa: Na rede social parecia que eu era feliz, porque eu viajei para muitos países. Eu até gostava de viajar para fora do Brasil, porque as festas lá têm mais drogas como para Miami (EUA), quem vai para lá, sabe. As pool party, que são as festas na piscina têm muita droga.

E parecia que eu era feliz. Nas redes sociais eu sempre estava sorrindo e falava, falem bem ou falem mal, mas falem de mim. Só que por dentro eu estava me matando.

E aquela sensação do vício, na hora que eu estava consumindo a droga eu tinha uma alegria muito grande, só que no outro dia eu estava no fundo do poço. Estava depressiva, eu estava me sentindo um lixo. E vinha muitos pensamentos na minha cabeça assim, que eu era assim porque eu queria.

Eu não conseguia acreditar que existia um mal na minha vida, isso não passava pela na minha cabeça, porque as pessoas diziam: você que é sem vergonha, você gosta da prostituição, você gosta de se prostituir, você gosta de se expor da maneira que você se expõe, vulgarmente. Porque eu tinha esse vício da internet, de provocar sensualmente outros homens. Isso me atraía, eu sentia necessidade disso, eu queria essas emoções. Só que depois eu ficava arrasada, ficava depressiva, chorando e me sentindo um lixo.

– E com respeito às cirurgias plásticas, que também é um vício, independente de substância, quais foram os extremos por conta disso?

Andressa: Eu fiz mais de 14 cirurgias plásticas. Eu cheguei a acordar de uma cirurgia e dizer que eu queria cortar os dedos dos pés. Se o Senhor Jesus não tivesse me resgatado eu teria tirado a costela, porque queria ter a cintura mais fina. Fiz muitas cirurgias, tanto que o problema que tive de saúde, foi decorrente das cirurgias que eu tinha feito no corpo, uma infecção generalizada e a pior delas foi a ideia de cortar a ponta dos dedos e o porquê?

Porque eu tinha vícios em sapatos e eu calço 39/40 e os sapatos mais bonitos são 36/37 e então eu tinha dificuldade de encontrar sapatos bonitos do meu número. Eu cheguei e pedi ao meu cirurgião para cortar a ponta dos meus dedos, onde eu ficaria só com o toquinho, sem a unha, só o toquinho, aí eu iria diminuir o tamanho do meu pé e poderia ter mais sapatos.

– O vício, independente da substância, também é demonstrado pelo comportamento, porque você também tinha um comportamento bem compulsivo, agressivo…

Andressa: Sim, agressivo, muito agressivo. Quem assistiu o reality show A Fazenda, pôde acompanhar que ali eu estava sem o uso de drogas e nas festas que aconteciam eu bebia muito. E até peço a perdão a vocês por aquela participação vergonhosa. E eu era muito irritada, eu tinha muita raiva, eu não aceitava que ninguém falasse qualquer coisa pra mim que eu já agredia verbalmente e até fisicamente. Tem várias matérias na internet mostrando aquela agressividade que eu tinha.

– Agora em relação a mudança na sua vida, com respeito a fé, porque sua mãe buscava por você, ela ia na Universal. Qual era seu pensamento em relação a fé, a bíblia e principalmente a Igreja Universal que era onde sua mãe frequentava, qual era seu conceito?

Andressa: Eu odiava a Igreja Universal. Achava que todo mundo era ladrão, porque minha família está há mais de 30 anos na igreja. E minha vó lutou por nós, minha vó morreu e minha mãe se converteu.  Minha mãe lutou por mim. Minha mãe ficou firme, perseverando, lutando por mim. O mundo já não acreditava mais em mim, eu já não acreditava mais em mim. Eu dizia assim, ah, quem escreveu a bíblia foram os homens, esse pastor é ladrão.

– Hoje como está, com respeito ao vício, quanto tempo curada, mente mudada. Tem cura mesmo o vício?

Andressa: Tem cura, sim. Estou curada há três anos. Tenho nojo hoje, não existe mais a fissura.   Não existe mais o vazio, não existe mais aquela ansiedade, aquele nervosismo, não existe mais.

– A Organização Mundial da Saúde fala que não tem cura e todo mundo sabe do seu vício, do que você viveu no vício e hoje você testifica, você prova que está curada.  Não há desejo, não há vontade, fissura pela droga?

Andressa: Totalmente curada. Tanto da depressão, da síndrome do pânico, dos calmantes, do álcool, de tudo.

Testemunho dado ao Bispo Claudio Lana, da Igreja Universal do Reino de Deus

Reportagem: Dimas Rodrigues

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