Dólar abre em alta com exterior, mas passa a cair reagindo a juros após ata amena

Por Silvana Rocha, Estadão Conteúdo

O dólar passou a cair, após iniciar a sessão em alta moderada ante o real e alinhado à valorização no exterior. Mas o viés de baixa dos juros futuros com a leitura da ata do Copom no segmento de renda fixa estaria pesando nos ajustes da taxa de câmbio.

Lá fora, a moeda americana opera em alta frente a maioria das moedas fortes em um movimento de recuperação das perdas recentes, mas preocupações em relação às disputadas comerciais entre os EUA, China e União Europeia continuam no radar e limitam os ganhos.

Na ata da última reunião do Copom, divulgada na manhã desta terça-feira, 26, o BC segue deixando a porta aberta para a próxima decisão, em agosto, após ter mantido a Selic em 6,50% ao ano na semana passada. No documento, o BC diz que a evolução do cenário e do balanço de risco prescreve manutenção da Selic no nível vigente e que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade e das projeções de inflação.

O mercado deixa ainda em segundo plano a decisão do ministro Edson Fachin, de submeter ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) um recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o pedido de liberdade do petista seja analisado, uma vez que a data do julgamento poderá ocorrer só em agosto, após o recesso de julho do Judiciário, e não se sabe se antes ou depois do prazo final para confirmação das candidaturas à Presidência da República.

Além disso, operadores dizem que o risco de decisão favorável a Lula seria maior se o julgamento ocorresse na Segunda Turma em vez do plenário do STF.

“A alta inicial acompanha o exterior, e se o dólar trabalhar pressionado, ou seja tentar buscar os R$ 3,80 o BC deve entrar com novos leilões de swap, o que tem sido a tônica do mercado de câmbio neste mês”, avaliou Jefferson Rugik, diretor da Correparti.

Às 9h27 desta terça, o dólar à vista caía 0,25%, aos R$ 3,7672, após ter iniciado em alta e registrado máxima aos R$ 3,7862 (+0,25%). Na mínima, caiu aos R$ 3,7647 (-0,32%). O dólar futuro de julho recuava 0,25%, aos R$ 3,7675, depois de bater máxima pós abertura em R$ 3,7875 (+0,28%). Na mínima, pouco antes do horário acima, caiu aos R$ 3,7645 (-0,33%).

Na renda fica, o DI para janeiro de 2019 recuava a 6,925%, de 7,000% no ajuste de segunda-feira (25). E o DI para janeiro de 2023 cedia para 10,93%, de 11,09% no ajuste da véspera.

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