Com avanço de empréstimos, lucro do Itaú tem alta de 3,45% e soma R$ 6,4 bi

Por Aline Bronzati, Estadão Conteúdo

Maior banco privado do País, o Itaú Unibanco anunciou na segunda-feira, 30, um lucro líquido de R$ 6,382 bilhões no segundo trimestre deste ano, alta de 3,45% na comparação com o mesmo período do ano passado. O crescimento foi embalado pelo aumento das margens do banco em operações no varejo, maiores receitas com prestação de serviços e menor gasto com inadimplência.

O resultado ficou em linha com as projeções de R$ 6,62 bilhões, conforme média de seis casas consultadas pelo Prévias Broadcast. O levantamento considera o número alinhado às expectativas quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.

O presidente do Itaú, Candido Bracher, afirmou, em nota à imprensa, que, apesar da redução das expectativas de crescimento econômico para 2018, a demanda por crédito continua saudável. “No primeiro semestre, concedemos 28% mais créditos para pessoas físicas e 20% mais créditos para as micro, pequenas e médias empresas em relação ao mesmo período de 2017”, destacou o executivo.

De acordo com Bracher, as novas safras de crédito apresentam baixa inadimplência, mantendo a tendência de melhora da qualidade da carteira. Os empréstimos somaram R$ 623,3 bilhões no fim de junho, um avanço de 6,1% em 12 meses. O banco destacou que tem visto uma retomada gradual da concessão de empréstimos, com aumento da demanda em diversas linhas. Tanto é que, em comparação com o trimestre anterior, todas as carteiras de crédito do Itaú tiveram crescimento, o que resultou em alta de 3,7% da carteira total ajustada.

O índice de inadimplência, considerando atrasos acima de 90 dias, encerrou junho em 2,8%, abaixo do indicador visto ao término de março, de 3,1%. Em um ano, quando estava em 3,2%, foi vista melhora de 0,4 ponto porcentual.

O destaque foi a redução de 0,6 ponto porcentual em micro, pequenas e médias empresas, para 3,7% no segundo trimestre contra o primeiro.

Provisões

As despesas com provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, totalizaram R$ 4,271 bilhões de abril a junho, cifra 3,9% maior que a vista nos três meses anteriores. “A despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa aumentou por efeito do crescimento da carteira de crédito no banco de varejo no Brasil e da revisão dos limites pré-aprovados, principalmente em cartões de crédito, além do impacto da variação cambial na América Latina (ex-Brasil) no período”, justificou o banco.

O Itaú informou ainda que vendeu R$ 7,4 bilhões em carteiras de créditos vencidas e inadimplentes já baixadas a prejuízo no segundo trimestre, o que gerou impacto de R$ 101 milhões no lucro líquido do banco no período.

Por fim, o custo de crédito do banco foi R$ 3,601 bilhões no segundo trimestre, redução de 4,9% ante o primeiro, de R$ 3,788 bilhões.

Do lado das receitas com prestação de serviços, Bracher ressaltou o esforço que o banco tem feito para elevar os resultados dessa linha. No primeiro semestre de 2018, as receitas de serviços e seguros somaram R$ 20,5 bilhões, com aumento de 8,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Plataforma aberta

O executivo reforçou ainda que no segundo trimestre o banco replicou a solução de plataforma aberta que já havia adotado em investimentos, iniciando a oferta de produtos de outras seguradoras em sua plataforma. As primeiras seguradoras que vão participar do piloto já foram selecionadas a partir de um processo de concorrência aberto no mercado. Além da Chubb (ex-Ace), que há quatro anos adquiria a carteira de grandes riscos do Itaú, também participam do início do projeto a MetLife, a Icatu e a Prudential, que levou a carteira de seguro de vida em grupo do banco.

O banco manteve suas projeções de desempenho para 2018. As expectativas já incluem as operações de varejo do Citibank no Brasil – a compra da divisão do banco americano pelo Itaú foi anunciada em outubro de 2016. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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