Ibovespa termina sessão em alta de 1,28%, aos 77.496,45 pontos

Por Simone Cavalcanti, Estadão Conteúdo

Sem um gatilho aparente, o Ibovespa operou na contramão do movimento de aversão a risco visto em outros ativos do mercado financeiro local e externo. Segundo especialistas em renda variável, o desempenho positivo se deve, em parte, a uma correção após cinco sessões de perdas consecutivas que levou o índice à vista a encerrar a semana passada com desvalorização de pouco mais de 6% (76.514 pontos). Assim, o pregão fechou hoje com o Ibovespa em alta de 1,28%, aos 77.496,45 pontos. O giro financeiro foi R$ 10 bilhões.

O dia começou pesado e com cautela com o exterior diante da crise da Turquia, que derrubou mais uma vez a cotação da lira, além da tensão envolvendo o país e os Estados Unidos. O anúncio de medidas do banco central turco para garantir a liquidez do setor bancário local e sustentar sua divisa amenizou, mas apenas pontualmente. A volatilidade levou o Ibovespa a oscilar entre a mínima de 75.931,14 pontos e a máxima aos 77.689,01 pontos.

Até o meio da tarde, o índice seguia em leve alta e chegou a tocar o terreno negativo novamente. No entanto, o índice ganhou tração, em especial com o fortalecimento do bloco das ações mais líquidas, as blue chips. De acordo com um operador, o fluxo comprador estava mais forte na ponta dos estrangeiros que viram oportunidade por aqui após saída de outros mercados emergentes.

“Na falta de notícias efetivamente negativas no plano interno, o Ibovespa encontrou espaço para uma correção. Há mais estrangeiros na ponta de compra”, afirmou um especialista em renda variável. Ele também chama a atenção para a defesa de posições de alguns investidores por conta do vencimento de opções sobre o índice futuro na próxima quarta-feira.

Na cena política, quarta-feira é data para o registro das candidaturas, inclusive a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. A partir daí, o caso pode ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, aliás, estará sendo presidido pela ministra Rosa Weber. Ela toma posse amanhã em substituição ao ministro Luiz Fux. O prazo final para o TSE se manifestar sobre a questão é 17 de setembro, e qualquer recurso ao STF depois disso não tem efeito suspensivo. A mesma data é a limite para que o PT troque Lula por Fernando Haddad como candidato.

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