Brasil lidera ranking de controle do tabagismo, aponta ONU

 

 

Relatório divulgado na última quarta-feira (19/07) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em Genebra e Nova York afirma que uma em cada 10 mortes por doença no mundo é causada pelo fumo, apesar de 4,7 bilhões de pessoas, o equivalente a 63% da população mundial, ter acesso a advertências contra o uso do tabaco. Por conta disso, o órgão sugere o aumento de políticas de controle do produto a nível mundial. A informação é da ONU News.

Entre as medidas propostas estão uma maior divulgação de imagens e gráficos de advertência sobre os riscos do tabaco e o estabelecimento de lugares públicos livres do fumo. Segundo o oficial técnico do Secretariado da Convenção Quadro da OMS sobre o Controle do Tabaco, Rodrigo Santos Feijó, hoje o número de pessoas informadas sobre os riscos do fumo representa 3,6 bilhões de pessoas a mais que em 2007.

O documento Epidemia Global de Tabaco 2017 alerta que, num esforço conjunto, os países podem ajudar a evitar milhões de mortes todos os anos por causa do fumo ou de doenças associadas ao seu uso. Diz ainda que, desde 2007, as políticas abrangentes de controle do tabaco quadruplicaram.

Brasil na liderança

Segundo Feijó, o relatório da OMS apresenta o Brasil, mais uma vez, como um líder mundial no controle do tabagismo. “O país aparece como um dos oito que conseguiram, dentro do grupo de nações de rendas baixa e média, implementar quatro ou mais dessas medidas [de controle] efetivas no seu mais alto grau. Então, o Brasil continua aparecendo como uma liderança e uma referência para outros países no cenário global, no que se refere ao controle do tabagismo.”

A OMS lembra que, desde 2008, existe um conjunto de diretrizes chamado de Medidas Mpower para promover ações de governos em seis estratégias de controle. Entre elas, o aumento nos impostos sobre o produto e a proibição de anúncios e propagandas assim como patrocínio de eventos por empresas de tabaco.

Prejuízo supera R$55 bilhões

O Brasil tem prejuízo anual de R$ 56,9 bilhões com o tabagismo. Desse total, R$ 39,4 bilhões são gastos com despesas médicas e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos ligados à perda de produtividade, causada por incapacitação de trabalhadores ou morte prematura.

A arrecadação de impostos com a venda de cigarros no país é de R$ 12,9 bilhões, o que gera saldo negativo de R$ 44 bilhões por ano, revela o estudo Tabagismo no Brasil: Morte, Doença e Política de Preços e Esforços, feito com base em dados de 2015. A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é a enfermidade relacionada ao tabagismo que mais gerou gastos aos sistemas público e privado de saúde em 2015, com R$ 16 bilhões. Doenças cardíacas vêm em segundo lugar, com custo de R$ 10,3 bilhões. Também entraram no levantamento o tabagismo passivo; cânceres diversos, entre os quais o de pulmão; acidente vascular cerebral (AVC) e pneumonia.

 

Da redação

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