La luna settembrina II

Ninguém quer ser “arauto do apocalipse”, mas… a virada da nova de setembro foi anteontem!… O amigo lembra o que falamos semana passada: “La luna settembrina nove lune g’n indavina” – do dialeto italiano ancestral, significando: “A lua de setembro nove luas adivinha”. Conseguiu imaginar a torcida dos mais velhos para que chovesse bem nessa virada de lua?… Posto que ela “adivinha” (como que prognostica) nove luas, a safra poderá ficar, no mínimo, parcialmente comprometida.

Já estamos há algum tempo falando de água, especialmente de sua escassez (má distribuição). É assunto extremamente preocupante. Observemos que ao redor da grande Curitiba o solo apresenta rachaduras que demonstram o quanto está seco. Os agricultores poderão entrar em fase negativa, com prejuízos, inda mais se dependerem da rede pública para regar os plantios. Alguns sobrevivem com pequenos cultivos de hortaliças e, se a irrigação for difícil ou dispendiosa, o prejuízo é certo. Como sobreviverão?

Nem todas as desgraças podem ser atribuídas ao bicho homem; mas é certo que contribuímos expressivamente. Há menos de 10 dias, a mídia nacional veiculou entrevista com alguns especialistas em clima, que atribuíram à irresponsabilidade humana os distúrbios climáticos… Que podemos dizer da”enxurrada” de ciclones na América Central? E dos terremotos… Aquele de mais de 10 dias, de 8.2 graus na escala Richter (surgindo mais de mil tremores menores em poucos dias), e esse outro, de terça-feira, de 7.2 graus na mesma escala, ambos no México, ocasionaram muitas mortes… E desse pequeno tremor em Itaperuçu, na noite do último domingo? E do recuo do mar, como nunca aconteceu? E da ressaca que nessas segunda e terça-feiras “arrebentaram” o sul da Ilha de Santa Catarina? é de se pensar, de se avaliar, de se indagar se não é o efeito estufa…

Voltando à seca e ao medo de que ela comprometa a próxima safra, claro fique que torcemos para que a sabedoria dos antepassados não se verifique certeira, sem margem de variação… Os franceses, quando se reportam a ditados ancestrais, costumam respeitá-los tanto que se referem a essa sabedoria como uma verdadeira lei: “la loi des ancêtres” (a lei dos antepassados).

E aí, amigo leitor?… Não temos autoridade para desmentir os mais antigos, nem para afirmar que o efeito estufa não está influenciando todos esses fenômenos e alterando o cenário climático mundial – quiçá, reescrevendo ditados antigos, pondo alguma margem onde não havia… Mas não temos como ignorar tudo o que está acontecendo. A escassez da água está secando florestas, provocando quase 80 mil focos de incêndio… Se o amigo olhar em seu quintal as pitangueiras, as pereiras, as ameixeiras, os pessegueiros, etc. florindo, observe que poucas frutinhas estão aparecendo e, ainda assim, poderão cair… É preocupante.

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