Paraná Clube procura novo técnico

O Paraná Clube demitiu seu técnico, em um dia agitado na Vila Capanema.

Se o Estadual é tratado como laboratório para a disputa do Brasileiro no segundo semestre, no Paraná o período de testes terminou para o técnico Wágner Lopes antes mesmo do segundo turno. A diretoria paranista comunicou a demissão do treinador nessa sexta-feira (16) em decorrência dos maus resultados da equipe até agora. Em sete jogos na temporada, o Tricolor venceu apenas um, com três empates e três derrotas.

“Mais do que resultado, futebol é desempenho. Entendemos que houve tempo suficiente de preparação e o rendimento está aquém do esperado”, explicou Executivo de Futebol do clube, Rodrigo Pastana. “Nos frustra por saber que o Wagner é um grande profissional, corretíssimo, trabalhador e de um caráter inquestionável”, emendou Pastana.

Os argumentos de Pastana, entretanto, soam estranhamente, uma vez que a diretoria paranista mostrou convicção suficiente para contratá-lo em dezembro do ano passado, depois de uma boa passagem dele no início de 2017. Lopes foi o responsável pela montagem da base da equipe que subiu para Série A no ano passado e deixou a Vila Capanema em abril depois de receber uma proposta irrecusável do futebol japonês. Oito meses depois, voltou ao Tricolor e seu nome era uma unanimidade. Todos, diretoria e a torcida, já conheciam seu trabalho e mesmo com os maus resultados na temporada, eram poucos os gritos das arquibancadas pedindo sua saída. O torcedor paranista está na bronca mesmo com os atletas contratados – 20 até agora. Pouquíssimos mostraram, nos jogos do Paranaense e na partida única da Copa do Brasil, contra o URT-MG, qualidade técnica à altura do que exige a disputa do Brasileirão. Portanto, mesmo que a justificativa do mau desempenho do time seja razoável, a demissão pode ter sido motivada também por outros motivos. Entre eles, um descompasso entre o que o treinador pedia e que os jogadores executavam. Após o último jogo, na derrota para o Rio Branco por 2 a 0, Lopes chegou a afirmar que houve “um retrocesso” do time.

“Estamos num processo e isso tem que ser entendido por vocês e pelos torcedores, mas não posso acreditar que essa equipe que está aí não pode disputar um Paranaense e estar nas quatro primeiras posições. Estamos jogando contra time que joga com marcação encaixada e não está saindo. Isso para mim é um absurdo”, reclamou Pastana.

O Paraná terminou o primeiro turno na lanterna do Grupo A, com apenas cinco pontos. Muito aquém do que projetou a diretoria, diariamente cobrada pelo torcedor que viu o time terminar em alta no ano passado. “Infelizmente, temos um perfil de grupo diferente daquele de 2017. O desempenho ficou muito aquém do esperado e era necessária uma intervenção”, emendou o diretor paranista.

Copa do Brasil

Por enquanto, nenhum nome foi confirmado para substituir Lopes na sequência da temporada. Eliminado da semifinal do Paranaense, o Tricolor tem pela frente agora o Sampaio Correa, pela segunda fase da Copa do Brasil, na próxima quinta-feira (22), em São Luis. “Neste momento, nosso foco está totalmente voltado para a Copa do Brasil, na semana que vem. Vamos nos concentrar exclusivamente no Sampaio Correa e dar força para a comissão técnica da casa”, afirmou.

Neste jogo, o time será comandado interinamente pelo auxiliar-técnico da casa, Ademir Fesan, tendo como auxiliar o analista de desempenho Lucas Gonçalves. “Eles fazem parte da nossa comissão permanente e temos total confiança no trabalho de ambos. Eles estarão sob a coordenação técnica do Marcos, que desde o início do ano vem atuando como um elo entre atletas, comissão técnica e diretoria”, finalizou Pastana.

Reforço

No mesmo dia da saída do técnico, o clube apresentou o primeiro reforço “padrão Série A”: o meia Carlos Eduardo, 30 anos. O jogador que disputou o último Brasileiro pelo Vitória-BA, chega para suprir a carência criativa no meio desde a não renovação com Renatinho que foi para o Botafogo. Carlos teve um excelente início de carreira no Grêmio e em seguida no Hoffenheim, da Alemanha onde chegou até a ser convocado para a Seleção Brasileira, em 2009. Naquele ano ainda, teve a sua venda confirmada para o Rubin Kazan, da Rússia. Carlos Eduardo só retornou ao Brasil, em 2013, quando defendeu o Flamengo. Voltou ao futebol russo e, em 2016 veio para o Atlético Mineiro. Nos últimos três anos, não conseguiu manter o bom nível que o levou a Seleção, mas espera aproveitar bem essa nova oportunidade de brilhar no futebol brasileiro.

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