Saiba quais problemas de saúde que mais matam em Curitiba

“O que mais mata o curitibano são os infartos agudos e os acidentes vasculares [AVC], geralmente causados por hipertensão e diabetes. Dos 11 mil óbitos registrados por ano em Curitiba, 3,1 mil são consequência de infartos e AVCs”. Esses e outros levantamentos foram dados, nesta segunda-feira (26), na Câmara de Curitiba, pela secretária municipal de Saúde, Marcia Cecilia Huçulak. Ela esteve no Legislativo para prestar contas das ações da prefeitura na área em 2017. Por lei, a cada quatro meses o representante do Executivo deve apresentar os indicadores da área à Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esporte.

Dados apresentados pela Prefeitura de Curitiba mostram que em 2017, por exemplo, 1.121 internações hospitalares foram decorrência de infarto agudo do miocárdio, sendo que 8,1% resultaram em óbito (confira a série histórica no Relatório de Gestão Monitoramento Quadrimestral do SUS).

Diferente dos infartos, cujo número de internamentos é estável há três anos, os internamentos decorrentes de AVC aumentaram em 2017. Ano passado foram 1.078, ante 691 e 675 respectivamente nos anos de 2016 e 2015. Complicações de diabetes geraram 401 internações. Depois de fazer o alerta, a secretária da Saúde apontou as ações preventivas da Prefeitura de Curitiba, 117 mil usuários do SUS em atendimento constante pela rede municipal de saúde e 53 mil inscritos no programa destinado a pessoas com diabetes.

“Ninguém desenvolve um AVC do nada, a pessoa tem um histórico de hipertensão e diabetes. Um diabético descompensado, em cinco anos vai enfartar. Se queremos diminuir [esses casos], temos que trabalhar com eles, senão em cinco anos vai parar na UPA”, ponderou Márcia Huçulak, antecipando que a campanha educativa “Escute o coração” será lançada neste ano pela Prefeitura de Curitiba, como forma de intensificar o cuidado para esses casos.

Investimento acima do mínimo constitucional

Tanto a secretária Huçulak, quanto o chefe do núcleo financeiro da SMS, Edgar Lopes Júnior, destacaram que em 2017 a Secretaria Municipal da Saúde “executou o maior orçamento de sua história”. “Embora a legislação preconize para os municípios um mínimo de 15%, Curitiba atingiu 22,01% das receitas tributárias [R$ 893 milhões de R$ 4,05 bilhões]”, disse Lopes, cuja exposição detalhou a execução orçamentária. No ano, foram R$ 1,7 bilhão ao todo na rede.

Hoje a rede municipal de saúde é composta por 152 estabelecimentos de saúde, com 8.662 funcionários, dos quais 6.837 são servidores públicos concursados e os demais foram contratados pela Feaes (Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba). “Foram realizadas 1,7 milhão de consultas médicas. Dá quase uma consulta por habitante em Curitiba no ano. [Considerando que] metade da população não usa o SUS, é um quantitativo bastante expressivo”, destacou a gestora.

No início da audiência, Huçulak entregou uma cópia do Plano Municipal de Saúde 2018-2021 para a Câmara Municipal. Também destacou a realização de 155 mil internações na rede do SUS no ano passado, “480 internações por dia”. Durante a audiência, ela citou rapidamente vários indicadores da área, fazendo referência ao Relatório de Gestão e Monitoramento Quadrimestral do SUS. Em crítica ao prefeito anterior, disse que, com a mudança de direção na Saúde, está buscando melhorar a gestão do sistema.

A secretária deu vários exemplos, durante a audiência, do que julga ter melhorado na gestão da Saúde em Curitiba. Citou o fornecimento de medicamentos às unidades, o Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes (“não realizado pela gestão anterior”, criticou, mas que mostrou “zero infestamento” na cidade) e o Laboratório Municipal. “[No início da gestão] encontramos parado um laboratório referência para o Brasil, que estava sem condições de fazer exames por falta de insumos. Hoje está a pleno vapor, atende toda a rede e a partir de maio vai atender UPAs e hospitais [municipais]. É um laboratório com muita capacidade, que agora está todo automatizado”, disse.

 

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