Greca coordena trabalhos após temporal em Curitiba

Depois de passar as últimas horas coordenando o trabalho de atendimento das famílias afetadas pelo temporal registrado no começo da noite desse sábado (03/3), em Curitiba, o prefeito Rafael Greca nesse domingo (04/03) reuniu a equipe da Administração Regional da CIC, área mais afetada da cidade. “Falando às equipes da CIC, agradeço à Prefeitura que não dorme e toda a comunidade mobilizada. Por isso, mais uma vez, Curitiba  foi maior que as dificuldades. O coração curitibano é solidário e a Prefeitura está trabalhando. Confiem em nós”, disse.

Greca fez questão de ouvir os representantes de cada área de governo sobre o andamento do  socorro às vítimas da chuva intensa no final da tarde desse domingo (04/3) – como Ação Social, Saúde, Obras e Defesa Social – e frisou a causa do alagamento. “Foi uma tragédia climática que obra urbana nenhuma daria conta de evitar. Assim, repudio o uso político que alguns estão fazendo desse episódio”, disse, referindo-se ao bloqueio de um acesso da região com móveis.

Falando como engenheiro, Greca destacou a importância das obras em curso na sua gestão. Entre elas estão a drenagem em execução nos rios Barigui, Belém, Pinheirinho, Vila Guaira e Henry Ford, além do trabalho de 25 equipes de manutenção preventiva de galerias de escoamento de águas pluviais – dez a mais que na gestão passada. “Se não estivéssemos executando esse trabalho de macrodrenagem, que deve se estender por 1 ano, teríamos tido uma catástrofe. Repito: não há obra urbana que dê conta do tanto que choveu sábado à noite”, continuou.

O trabalho do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Barigui, na CIC, é um exemplo do esforço da Prefeitura para atender à população afetada. Assim que foi aberto para receber os moradores interessados em se cadastrar para receber ajuda material, na manhã desse domingo (04/3), salas foram montadas para receber, separadamente, doações de colchões, cobertores, roupas e alimentos. Segundo a supervisora regional da Fundação de Ação Social (FAS), Cíntia Aumann, foram arrecadados 150 colchões, 150 cobertores e cadastradas cerca de 300 famílias (cerca de mil pessoas). O cadastro é a forma de avaliar as necessidades de cada família.

Prefeitura ajuda e moradores se organizam – O auxiliar de produção Anderson Dama, a mulher dele, Josele, e as filhas Beatriz e Luísa Cristina estão entre eles. A família mora na Vila Harmonia, área de ocupação irregular às margens do Barigui. “Dentro do possível, está tudo bem. Estamos bem atendidos”, contou Anderson, que preferiu esperar a água baixar e dormir em casa com a família, apesar dos repetidos convites das equipes da Defesa Civil e da FAS para que se abrigassem na escola próxima. O café da manhã, porém, foi na casa da sogra. “A água molhou toda a nossa comida”, justificou. No Cras, uma mesa com café leite, sucos e biscoitos ajudava a alimentar quem passava pelo mesmo drama e não teve a mesma oportunidade de Anderson.

Situação parecida enfrentou a aposentada Leonilda do Rocio Drobisneski, que há 1 ano se mudou para perto da filha, Patrícia, e do neto, Pietro Rafael. “O rio subiu meio metro dentro de casa”, contou, mostrando a marca deixada pela água barrenta. Perto dali, nas casas do coletor de recicláveis Jaime dos Santos e da família da filha, a água foi além. “Veio aqui na altura do peito (cerca de 120 centímetros) e acabou até com o carro do genro. Uma tristeza”, disse, abrando caminho para cestas básicas que os vizinhos traziam em carrinhos de mão, depois de terem feito o cadastro no Creas.

A jovem Tamiris Cruz de Oliveira também passou a noite limpando a casa, mas deixou a mãe, Inês, cuidando de tudo logo cedo. Apesar do transtorno, ela conseguiu se arrumar e sair para o trabalho, em um supermercado no Campo Comprido. “Ela pediu pra lavar e pôr pra secar o outro uniforme que ela vai usar segunda-feira (05/3)”, explicou. A moça, segundo Inês, perdeu o guarda-roupa. “Espero conseguir um com o pessoal do Cras”, disse.

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