Dia Nacional de Repensar

Celebramos nesta quarta-feira, 14 de março, o Dia Nacional do Animais, dia escolhido no Brasil para se promover a reflexão sobre os cuidados devidos a animais, sejam domésticos ou selvagens. Nesse dia, é repensado o posicionamento sobre a preservação do meio ambiente e os meios utilizados para isso. Também nesse dia se considera o significado de maus-tratos a animais, como o abandono físico (privação de alimentos, água e abrigo, aprisionamento, não tratamento de doenças…) e moral (indiferença afetiva). O trabalho voluntário voltado principalmente a animais em situação de rua reluz em especial destaque.

Entendemos e reiteramos a importância dos dias em que se levantam discussões sobre aspectos relacionados às muitas espécies animais de nosso planeta e à nossa interação com elas, não apenas para protegê-las, mas também para nos desenvolvermos enquanto espécie. Fala-se repetidamente em evolução da sociedade, especialmente no âmbito tecnológico, mas com frequência resta esquecida a evolução moral… Aqueles cuidados elementares com o próximo, considerados desde os primórdios da civilização humana, parecem a cada dia mais remotos… Se nos esquecemos daqueles com quem mais facilmente nos podemos identificar, por se parecerem fisicamente conosco, por conhecermos as suas dores, que seriam as nossas se em suas condições estivéssemos, como nos podemos importar com espécies diferentes da nossa, especialmente com aquelas distantes, de que mal ouvimos falar (como o Caloprymnus campestris, o rato-do-deserto australiano considerado extinto ou em extinção)?

Devemos sempre considerar as outras espécies por pelo menos dois prismas de análise: o prisma da compaixão, que no mínimo nos torna pessoas melhores, e o prisma do pragmatismo, que tende a preservar nosso próprio futuro, o que também é importante. Compaixão é nos colocarmos no lugar do outro. Podemos colocar-nos no lugar dos demais animais, entendendo as suas limitações – de compreensão das mudanças ao redor, de movimentos físicos, de disponibilidade de alimentos, de viabilidade de realocação, etc. Se nos sentirmos como um deles, inevitavelmente desejaremos protegê-los. Mais que isso: compreenderemos que somente nós podemos fazer alguma coisa por eles; eles mesmos não podem. Com um pouco mais de reflexão, nós assumimos a responsabilidade pelas mudanças que provocamos sem a devida compensação ao meio ambiente – não a compensação financeira ao Estado, mas a compensação material, a rápida e efetiva reconstituição de florestas e riachos no mesmo ou em outro local, com a devida acomodação da vida selvagem que anteriormente vivia no local afetado, ao invés de dizimá-la. Se optarmos pelo viés prático, precisamos lembrar que da biodiversidade dependem a nossa saúde, a economia global e a perpetuação da nossa espécie.

Se, no entanto, mantendo esses pensamentos em mente, nós nos lembrarmos dos nossos próprios necessitados – as crianças órfãs, os idosos abandonados, os moradores em condição de rua… -, perceberemos que há muito o que repensarmos enquanto sociedade… e muita necessidade de voluntários!

 

- Anuncie Aqui -