Greve dos caminhoneiros: os impactos em longo prazo no bolso dos brasileiros

Sem desespero: com planejamento é possível terminar o mês no azul (Divulgação)

A paralisação dos caminhoneiros mostrou um Brasil em grave crise política e econômica. E mais: os impactos financeiros para os consumidores deverão ser sentidos por mais tempo que o imaginado

A greve dos caminhoneiros impactou diretamente a economia do País, principalmente no setor alimentício e de combustível. Vimos os valores dos alimentos subirem drasticamente, a exemplo da batata que teve um aumento de até 400% no atacado, bem como o tomate, a cebola e as hortaliças. E nos postos de combustíveis, o que já estava caro ficou ainda pior – em alguns estados o preço alcançou R$ 9,99/litro.

E quem pagou a conta de tudo isso? A população que, emocionada e aflita com o momento, correu para os postos para abastecer o carro e aos supermercados para estocar alimento. De fora, a impressão era de estarmos em guerra nacional.

De acordo com o professor, contabilista e administrador Carlos Afonso, a “lei da oferta e da procura” nunca se fez tão presente. “Se existe escassez, o preço aumenta. Se a oferta é grande e a procura é baixa, o preço tende a diminuir”,explicou ele, que também é escritor do livro “Organize suas finanças e saia do vermelho”.

Tudo na prateleira aumentou de preço e trouxe o amargor para o bolso das pessoas, sobretudo, daquelas que vivem com o orçamento doméstico limitado. Se maio foi caótico, é preciso se preparar que até metade de junho, este cenário não terá mudanças. Os preços deverão voltar a normalidade, após a segunda quinzena deste mês. “Mesmo com o fim da paralisação dos caminhoneiros, levará um tempo para os preços caírem. Além disso, para abaixar o preço do diesel, o governo terá de buscar recursos em outras fontes, o que possivelmente, será em impostos de outros produtos”, alertou Prof. Carlos.

Mas o professor apazigua a situação e lembra que com um bom planejamento é possível reorganizar as contas e, mesmo com os preços excessivos, é possível fechar o mês no azul. “É muito cedo para avaliarmos quais impactos da greve serão sentidos no nosso bolso em longo prazo, mas o que parece é que eles certamente ocorrerão, por isso, agora mais do que nunca é necessário controlar seu orçamento doméstico com unhas e dentes”, comentou o professor, que fornece dicas de como passar por este momento sem ter problemas financeiros.

Veja algumas dicas:

Planejamento: é importante rever todo o planejamento financeiro, cortar alguns gastos que não são necessários. Tenha de forma bem clara qual a receita para o mês e o quanto você pode gastar. “É hora de ficar de olho nas suas contas”,alertou Afonso. 

Evite desperdício: sabemos que ir ao mercado é algo imprescindível, porém, antes de sair comprando diversos produtos, veja o que realmente está faltando no armário para evitar desperdícios. “Resista ao ‘efeito manada’! Não é porque o supermercado começou a reabastecer seus produtos que você precisa comprar imediatamente, neste momento é recomendado que a compra do mês seja feita mais para frente, quando tudo já estiver funcionando normalmente”, salientou. 

Pesquise: a boa e velha pesquisa nunca sai de moda para aqueles que pretendem economizar e organizar sua vida financeira, principalmente em tempos de crise como este. “É necessário pesquisar bastante. E se mesmo assim o preço estiver muito elevado: não compre! Seja criativo e busque produtos que possam ser substituídos, a fim de que o impacto no seu orçamento pessoal seja o menor possível”.   

Combustível: para economizar no combustível e não precisar enfrentar filas quilométricas com preços absurdos, tenha alguns cuidados com o carro, tais como: evitar ligar o ar condicionado e funções que aumentem o gasto da gasolina, álcool, diesel etc. Atente-se a velocidade… Quanto maior o giro do motor, maior o consumo. “Ande em velocidade moderada e você terá um rendimento extraordinário”.

Acalme-se: o País está em processo de normalização, mas demorará um pouco. Não aja por impulso ou na emoção da situação. “O atual período requer certa dose de nervos de aço. Porém, mantenha-se firme e resista”, encerrou Carlos Afonso.

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