A cultura do desperdício

A greve dos caminhoneiros mostrou como somos vulneráveis, pois vivemos uma cultura do desperdício.

Primeiro o governo tenta salvar a Petrobras, depois de ser delapidada pelo governo do PT, aumentando os preços dos combustíveis de forma descontrolada. O governo aproveita a chance e simplesmente deixa os impostos aumentarem. Seria muito mais razoável aumentar a taxação dos combustíveis quando o petróleo caísse de preço, e reduzi-lo quando os preços subissem. Mas ainda não chegamos aos tempos do equilíbrio e da economia.

Mas não, o governo é extremamente ganancioso e perdulário. Com mais impostos pode gastar mais dinheiro com corrupção, se enriquecendo e propondo mais benefícios aos funcionários públicos. Em consequência, os outros brasileiros ficam mais pobres. Esse foi o fundamento da greve. Os caminhoneiros se sentirem acuados, com os aumentos descontrolados dos combustíveis.

A nação inteira se sentia lesada pelo governo e pelo monopólio estatal da Petrobras. Na lei não existe mais monopólio. Mas na realidade o comportamento da Petrobras é de um monopolista. Impõe os seus preços, sempre que encontra espaços. É a lei do mercado, como se o mercado fosse um deus.

É evidente que a nação inteira apoiou os grevistas. Eles mostraram o quanto a população estava insatisfeita com o governo. Não só o federal, também os estaduais. Pois parte significativa dos impostos que recaem sobre os combustíveis é ICMS, um imposto estadual. Os governos estaduais, de uma forma bem cínica, se comportaram como se o problema não era com eles. Agora que a greve já acabou estão tentando não reduzir a taxa do ICMS. Mais uma vez, se comportando de uma forma arrogante.

Segundo, os caminhoneiros pararam o país com uma velocidade e um alcance nunca visto antes. Isso deixou alguns líderes embriagados com o poder. Tentaram manter a greve muito mais longa que o necessário.

As consequências desse ato insano foi o desabastecimento do país. Desde as granjas que não tinham mais ração para os animais, até os hospitais que ficaram sem medicamentos, criando graves prejuízos financeiros e riscos para a população.

O que demonstra a falta de equilíbrio dos líderes atuais. O dos caminhoneiros e os políticos atuais. Poucos estão pensando no Brasil e no seu povo, apesar de todo o tempo estarem afirmando isso. Só desejam o poder em proveito pessoal.

Terminada a greve o governo Temer ganha mais um fôlego para chegar até as eleições de outubro. Foi o grande vencedor da greve. Apesar da participação das tropas do exército não houve choques. Os poucos atos de violência foram praticados pelos próprios caminhoneiros. Que obrigaram outros caminhoneiros a fazerem greve e impediram que alguns saíssem da greve de uma forma bem ditatorial.

De um lado temos políticos que entraram na política para o enriquecimento pessoal, do outro, líderes dos caminhoneiros que querem se tornar políticos pelo o mesmo motivo. O que falta são brasileiros que queriam ser políticos para melhorar o país.

Isso se deve a mentalidade média dos brasileiros, que são muito egoístas. Que se tivessem oportunidade se comportariam como os políticos atuais, entrariam na política pelo enriquecimento pessoal.

Essa falha na educação é consequência de uma estratégia de domínio portuguesa, que atrasou a instalação de uma educação no Brasil. As primeiras faculdades, tipografias e jornais só foram instaladas no Brasil após a chegada de Dom João VI, isso só 1808. Na América Espanhola isso já ocorreu no século XVI.

Os movimentos Fora Temer e Volta dos Militares ao Poder saíram muito desgastados. Apesar de tudo, uma democracia titubeante saiu vitoriosa. As posições radicais de alguns líderes dos caminhoneiros e de alguns políticos saíram perdedoras. A violência massificada não ocorreu. Quando houve ela foi pontual. Esse foi um fato extremamente positivo.

A questão da melhoria da qualidade dos serviços públicos ainda continua sendo um grande desafio para o Brasil. A educação pública de qualidade para todos os brasileiros ainda é a nossa maior demanda. Os avanços nessa área foram pequenos. Se faz muita propaganda, mas os resultados concretos são muito pequenos. Ainda somos um país a ser construído, mal saímos das fundações.

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