Cuidados especiais com cachorros

Por alguns séculos, o bicho homem procurou desenvolver raças de cachorros que fossem mais úteis ao serviço do campo, ao esporte (caça, corrida ou luta) ou à estética social (cães de companhia). Nos últimos anos, serventias como caça e luta passaram a ser combatidas e outras, novas, a ser consideradas: guiar cegos, auxiliar idosos, cuidar de crianças… além do desenvolvimento estético da raça como uma finalidade em si mesma – um movimento meta-estético expontâneo, advindo da busca pelo belo e pelo único inerente ao homem. Desse modo, especializaram-se as raças, fixando-se geneticamente características peculiares.

Não resta dúvida de que houve o melhoramento genético das raças. Muito ganharam cães e pessoas nesse processo. Todavia, do mesmo modo como em humanos características familiares, desejadas ou não (como a espessura da barba ou a calvice), têm seus prós e contras, também em animais (de quaisquer espécies) se percebem essas variações. Assim é que, por exemplo, cães de pelagem volumosa e densa, como o São Bernardo, adaptam-se melhor a climas frios, mas sofrem em climas quentes. Precisamos, como tutores conscientes do nosso dever de cuidado, prestar atenção a esses detalhes, para que nossos animais não sofram.

Algo mais fácil de se entender são os cuidados com banho e tosa, nos diferentes climas. Quanto ao tamanho da pelagem, convém deixá-la mais longa no inverno e mais curta no verão; mas também se pode optar por aquecer os animais de pêlo curto ou tosado com roupas, cujo tecido pode importar. Alguns animais são tolerantes a quaisquer tecidos e temperaturas; outros, de pele mais sensível, precisam de tosas apenas ocasionais (podem desenvolver alergia à lâmina), produtos hipoalergênicos para o banho e tecidos especiais para roupas, caminhas e, até, brinquedos. Raças susceptíveis a dermatites, notadamente à dermatite atópica, como o Pug, podem sofrer com sensibilidade aguçada a determinados produtos ou tecidos; o ideal é que seu banho seja dado por profissionais especializados. Cada animal reage de uma maneira, de modo que o tutor precisa observar as reações.

Outro exemplo é o cuidado após o banho, especialmente no inverno: é preciso que todas as partes do cachorro fiquem bem sequinhas, inclusive as orelhas. Cachorros de orelhas longas, como o Cocker Spaniel Inglês, precisam de especial atenção porque a umidade permanece nelas por mais tempo, dada a menor aeração do local, favorecendo o desenvolvimento de otites. A mesma observação é válida para cães com dobras na pele, como o Shar Pei, que podem desenvolver “assaduras” ou outras dermatites nessas dobras.

Citamos poucos exemplos; os cuidados importantes vão muito além desses. É essencial que se pergunte ao médico veterinário que atende o cachorro sobre as particularidades da raça, para que se preste especial atenção às suas necessidades específicas. Desse modo, preservam-se a saúde do cachorro e o bolso do tutor.

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