Dólar cai 1,35% e tem quinta semana consecutiva de queda

Por Altamiro Silva Junior, Estadão Conteúdo

O dólar fechou nesta sexta-feira, 3, em baixa de 1,35%, em R$ 3,7080, a menor cotação desde 25 de junho, quando estava em R$ 3,7045. A moeda dos Estados Unidos acumulou perda de 0,25% nos últimos cinco dias, a quinta semana consecutiva de desvalorização. Na sessão desta sexta, o câmbio refletiu a perda de força do dólar ante moedas de países emergentes, após dados de emprego mais fracos que o esperado na economia norte-americana, o maior apetite por risco dos investidores internacionais, que provocou a entrada de fluxo de recursos do exterior, e pelo cenário político mais favorável ao candidato preferido pelo mercado, Geraldo Alckmin, que anunciou a escolha da senadora Ana Amélia (PP-RS) para vice em sua chapa.

Apesar da queda recente, o dólar tem tido dificuldade de romper a barreira dos R$ 3,70. A última vez que a moeda fechou abaixo desse patamar foi em 25 de maio (R$ 3,6636). Durante alguns pregões recentes, a divisa chegou a ficar em R$ 3,69, mas não se sustentou. Segundo operadores, no cenário atual, muitos agentes enxergam valores nesse patamar como ponto de compra da moeda americana, o que rapidamente pressiona as cotações para cima quando rompe os R$ 3,70.

Para o economista-Chefe da DMI Group, Daniel Xavier, um dos fatores que poderiam fazer o dólar cair abaixo de R$ 3,70 seria a consolidação da candidatura de Alckmin nas pesquisas de intenção de voto. O nome da senadora Ana Amélia agradou ao mercado e a expectativa agora é ver como ficará o desempenho do tucano nas pesquisas, sobretudo após começar o horário eleitoral gratuito, ressalta ele. Alckmin terá após a aliança com partidos do Centrão quase metade do tempo da propaganda no rádio e TV.

Além de monitorar as eleições, os investidores repercutiram os dados de emprego dos EUA, que mostraram a criação de 157 mil vagas, abaixo das 193 mil previstas por Wall Street, e reforçou a visão de gradualismo no processo de alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). “O Fed pode continuar sendo paciente para elevar os juros”, afirma a economista do grupo canadense TD Bank, Leslie Presto, ressaltando que a alta dos salários em 12 meses (+2,7%) ainda não mostra sinais fortes de aceleração e que aumentou o número de americanos procurando emprego, a chamada taxa de participação O relatório fez o dólar se enfraquecer ante moedas de emergentes e de alguns países desenvolvidos.

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