Comida caseira para cães e gatos

”A comida que a gente come não é boa pros bichinhos?…” É e não é. Depende… Fatores como raça, porte, idade, fase fisiológica e condição de saúde do animal influenciam muito. Sempre convém consultar um médico veterinário antes de decidir qual alimentação fornecer. Mas, vamos falar em termos gerais.

A primeira pergunta a ser feita é: com ou sem sal?… O drama do sal de cozinha (cloreto de sódio) para os animais não é o sódio, mas o iodo, que por lei é adicionado ao sal como forma de suprir a necessidade humana diária desse metal tão necessário e tão raro. Acontece que iodo em dose elevada é tóxico, e a dose de iodo necessária para humanos é diferente daquela necessária para cães ou gatos. Como a ração deles já tem a dose diária adequada, o que fornecemos no alimento salgado se soma como dose extra. Dependendo da quantidade e da frequência, esse excesso pode causar alguns problemas de saúde, como hipertireoidismo,  dermatites, conjuntivites e outros processos inflamatórios. Em casos extremos, pode levar o animal a óbito.

O segundo aspecto diz respeito à palatabilidade (o sabor do alimento). Como a comida caseira é mais saborosa, o animal tenderá a deixar de lado a ração e pedir comida. Só que fornecer uma alimentação balanceada ao animal a partir de comida não é trabalho simples… e a ração vem balanceada para fornecer todos os nutrientes de que o animal precisa num dia. Para manter o cachorro ou gato ingerindo ração regularmente, em quantidade adequada, convém deixá-lo alimentar-se somente de ração. Cada grama de comida caseira que o animal come é um grama a menos de ração, o que pode no momento parecer uma troca saudável, mas não é: significa proporcionalmente uma quantidade menor de cada nutriente fornecido. E, se o animal tiver apetite suficiente para não diminuir a quantidade de ração ingerida, a comida caseira representará quantidade excessiva de alimentos, o que, ao longo de repetidas vezes, pode gerar sobrepeso e trazer consequências nocivas à saúde do animal.

Comidas industrializadas ou alimentos doces, como bolachas, chocolates, gominhas e outras guloseimas que crianças pensam que seus animais também vão gostar de comer são, na verdade, negativos para a saúde deles – às vezes, fatais. Chocolate, por exemplo, contém uma substância chamada teobromina, que não faz mal a humanos, mas é altamente tóxica para cães. Se o amigo leitor quer agradar o seu animal, pode optar por fornecer biscoitos para animais ou outras guloseimas formuladas especialmente para animais, que não fazem mal à saúde deles e, em alguns casos, somam positivamente em sua dieta

Mas… então não tem jeito? Não é possível dar alimentos caseiros a um animal?… Ao contrário, é perfeitamente possível – e eles amam -, desde que observadas algumas condições, as quais veremos na próxima semana.

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