Em 12 horas de operação na Maré, dois são mortos e oito ficam feridos

Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

Por Roberta Pennafort / Estadão Conteúdo

Uma operação da Polícia Militar resultou na morte de duas pessoas e deixou oito feridas desde a madrugada desta terça-feira, 6, nas favelas Nova Holanda e Parque União, no Complexo da Maré, na zona norte do Rio.

Participam da ação, que já dura cerca de 12 horas, equipes do Batalhão de Operações Especiais, do Batalhão de Choque e do Batalhão de Ações com Cães. Três pessoas foram presas e 300 quilos de drogas, apreendidos.

Segundo a PM, “o objetivo da ação é restabelecer a rotina dos moradores e prender os criminosos envolvidos na disputa do tráfico de drogas local”. As pessoas que morreram não tiveram a identidade revelada. Um cantor de funk conhecido como MC Rodson e um homem, que seria traficante, estão entre os feridos. O artista passeava com seu cachorro, na rua de casa, quando foi baleado. Ele está internado no Hospital Municipal Evandro Freire, onde foi operado, e seu quadro é estável, conforme seus produtores. A polícia não confirmou a informação.

Segundo moradores, o tiroteio de policiais e traficantes começou por volta de 1h30. Às 3h30, houve protestos na Avenida Brasil, com queima de materiais na pista em direção à zona oeste, que ficou interditada. Motoristas que passavam pela via que margeia o complexo de favelas voltaram de ré.

Nas duas favelas da Maré foram apreendidos uma pistola, uma moto, um fuzil Airsoft, dois canos de fuzil FAL, uma luneta, um colete à prova de balas e uma granada.

Moradores trocam informações sobre a operação e seus desdobramentos nas redes sociais. O Grupo Maré Vive, no Facebook, compartilhou, por volta das 10h, que a operação “segue firme”, com tiroteios intermitentes, e que houve outra vítima fatal e invasões de residências.

“Vira e mexe a bala come. Tem um rapaz morto na Teixeira. Os agentes estão entrando as casas de moradores ali próximo ao Campo da Paty. Se tiver alguma casa vazia de morador que foi trabalhar, por favor, avisem aí a algum parente que possa ficar próximo. Qualquer invasão sem autorização do morador é abuso de poder, nos mantenham informados sobre. Vamos nos Comunicar, vamos nos proteger!”

No início da manhã, o relato era de que a troca de tiros era a mais intensa dos últimos tempos e que as escolas não teriam aulas. “Obviamente essa maldita ‘guerra às drogas’ nunca será benéfica para a favela, pois não passa de uma justificativa pra oprimir ainda mais as comunidades. Já são sete horas e a operação continua da Nova Holanda até o Parque União. Morador, se tiver de sair de casa saia, mas, cuidado redobrado se tiver de entrar”, diz a postagem na rede social.

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