A agonia dos excessos

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A operação Lava Jato é um marco na justiça brasileira. Mostrou para todos como a política funcionava no Brasil. Uma grande parte dos políticos vivia para roubar os cofres públicos. As eleições de 7 de outubro mostraram com os eleitores estavam vendo a classe política. Foi um choque para os políticos. A renovação foi intensa.

Muitos políticos não foram ainda alcançados pelos justiça, mas o foram pela opinião pública. Se achavam acima do bem e do mal, que poderiam mentir eternamente. A realidade agora é diferente. As redes sociais foram muito duras com os mentirosos. Tudo o que falaram e fizeram estava lá, e foram confrontados. Num momento falavam uma coisa, no outro faziam outra coisa.

A indicação do juiz Sérgio Moro para o cargo de Ministro da Justiça é um segundo marco. Mostra de uma forma bem direta que velhos costumes da política brasileira estão com os dias contados. O roubo do dinheiro público é um crime. E agora esse crime vai ser punido em todo o Brasil, não só em Curitiba.

A classe política está em pavorosa. A quantidade de políticos que se sente ameaçada é enorme. A maioria dos seus crimes ainda não prescreveu. Muitos serão alcançados pelo sistema judiciário. Esse medo é contagiante e vai provocar uma mudança nos costumes. O roubo no setor público vai se reduzir pelo simples medo de serem pegos, algo que não acontecia no passado. Os políticos sentiam confiantes para roubarem, pois esses crimes não seriam investigados e eles não seriam punidos. A impunidade era reinante. Hoje isso não mais acontece.

Começa uma nova fase: a redução dos excessos de benefícios dos funcionários públicos. Nos últimos dias o Senado aprovou um aumento de 16% dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Eles passam a ganhar quarenta vezes o salário mínimo. Como se isso não fosse pouco, eles têm vários outros complementos, como, por exemplo, o auxílio moradia. Promover salários que são dezenas de vezes maiores do que o salário mínimo é um ato imoral. Pode ser até legal, mas é, antes de tudo, imoral.

Além disso, esses salários servem para referência de uma enorme quantidade de funcionários no setor público, em destaque no judiciário e no legislativo. Estão todos com medo do arrocho que o próximo presidente está prometendo. Para se antecipar a essa redução de salário estão tentando fazer um aumento antecipado. Algo que era muito comum no passado. Só que a população está controlando essas benesses em proveito próprio.

Só está faltando sanção do presidente Temer, que se encontra numa encruzilhada. Atender a população, que não quer que esses abusos dos funcionários públicos continuem, ou aos juízes, os funcionários do judiciário e do legislativo, que querem um aumento de salários, no estertor de um governo de transição.

Como é que uma corte de justiça quer ser respeitada se pratica atos imorais? É o mesmo comportamento dos políticos de outra, que achavam que estavam imunes à opinião pública. Agora vivemos tempos diferentes. A população está controlando diretamente cada ato do setor público. Aumentos de salários em tempos de duros ajustes é mais que uma contradição, é uma afronta.

O Brasil espera que o presidente Temer tenha a hombridade de vetar esse aumento. O Brasil não suporta mais esses excessos de privilégios dos funcionários públicos. O futuro presidente anuncia que vai reduzir muito os privilégios dos funcionários públicos, para conseguir o ajuste das contas públicas. O que é muito necessário para o futuro do país.

O Congresso aprovou o aumento dos funcionários do judiciário tentando suavizar as investigações de corrupção sobre si. Vale tudo para reduzir os ímpetos de fazer justiça. Esses desejam fugir das punições dos seus crimes.

É importante que a população demonstre uma oposição a esses abusos dos funcionários públicos. Todo o ato que aumenta esses privilégios deve ser denunciado e repudiado.  Os políticos precisam saber que agora eles são controlados pela opinião pública. E o atual Presidente da República precisa ouvir o clamor público, de milhões de brasileiros que não aguentam mais tanta corrupção.

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