Ibovespa tenta terceira alta consecutiva, mas cautela externa pode limitar ímpeto

Por Maria Regina Silva / Estadão Conteúdo

A Bolsa brasileira tenta buscar nesta quinta-feira, 13, a terceira alta consecutiva, mas o tom de cautela que prevalece em relação a dúvidas na Europa no exterior pode limitar o ímpeto. Do lado positivo, tem a redução da aversão a risco motivada pelos avanços na área comercial entre o governo dos Estados Unidos e o em Pequim, após companhias da China indicarem que irão retomar a compra de soja norte-americana.

O Ibovespa abriu em alta. Às 10h59, subia 0,33%, aos 87.264,15 pontos. Em Nova York, os índices futuros estavam perto da estabilidade, enquanto na Europa, as bolsas tentavam voltar para o campo positivo.

Um ingrediente que também deve possibilitar a busca por ativos de risco é a vitória da premiê-britânica, Theresa May, no voto de confiança do Partido Conservador para continuar com as negociações do processo de saída do país da União Europeia. “A guerra do Brexit ainda não terminou, mas a vitória de May é importante. O próprio risco Brasil está mais baixo”, observa o economista Antonio Madeira, da MCM Consultores.

Apesar da vitória de May, o temor é de que o processo não será fácil. Pouco antes do fechamento deste texto, a própria premiê reconheceu não esperar um avanço imediato nas negociações do Brexit com a União Europeia.

Ainda lá fora, os contratos futuros de petróleo ampliaram perdas, em meio a relatos de que há dúvidas sobre se a Opep+ de fato cumprirá o compromisso de reduzir sua produção combinada em 1,2 milhão de barris por dia (bpd) a partir da janeiro. As ações da Petrobras reagiam em baixa.

Além do foco no assunto Brexit, os investidores aguardam as palavras do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, após a decisão da instituição de manter o juro em torno da estabilidade e de confirmar o fim de seu programa de compras de ativos este mês, como o esperado.

Por aqui, a política segue no radar, em meio a informações de Senado ameaça não votar o Orçamento de 2019 para evitar o veto ao projeto que prorroga benefícios fiscais para empresas instaladas nas áreas de atuação das superintendências do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), do Nordeste (Sudene) e também cria novos para as instaladas no Centro-Oeste (Sudeco).

Madeira, contudo, minimiza, ao apostar que o Orçamento deve ser aprovado no início do ano que vem. “Não é a primeira vez que isso acontece. Acredito que terá avanço”, diz o economista da MCM.

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