Juros fecham em baixa em dia de negócios reduzidos

Por Paula Dias / Estadão Conteúdo

As taxas de juros negociadas no mercado futuro terminaram a segunda-feira, 14, em baixa ao longo de toda a curva, alinhadas não apenas à queda do dólar, que se consolidou à tarde, mas também a um ambiente de maior tranquilidade nos cenários interno e externo. Em meio ao noticiário escasso, o compasso de espera dos investidores por definições importantes manteve a liquidez reduzida nos negócios.

Ao final da sessão estendida na B3, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2020 ficou com taxa de 6,59%, ante 6,63% do ajuste de sexta-feira. O vencimento de janeiro de 2021 projetou 7,37%, de 7,44% do ajuste anterior. Os vencimentos mais longos, que chegaram a registrar leve alta pela manhã com o avanço do dólar, chegaram ao final do dia também em queda. O DI para janeiro de 2023 ficou em 8,41%, ante 8,48%. O vencimento de janeiro de 2025 teve taxa de 8,91%, de 8,95%.

“O ambiente se mostrou tranquilo, com alívio pelo lado das commodities e Treasuries, além do cenário positivo para inflação e atividade. A expectativa pela reforma da Previdência segue positiva, mas há no mercado uma discussão sobre a possibilidade de as reformas já estarem em boa parte precificadas na ponta longa da curva”, afirma Vitor Carvalho, sócio da Laic-HFM Gestão de Recursos.

No que diz respeito à reforma da Previdência, a expectativa da semana é pela entrega da proposta ao presidente Jair Bolsonaro. Pela manhã havia expectativa de um encontro da equipe do governo para tratar do assunto, conforme havia mencionado o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, mas não houve confirmação da ocorrência dessa reunião à tarde.

“Boa parcela de investidores segue em compasso de espera, o que pode reduzir os negócios. Por outro lado, não há motivo para apostas em contrário, uma vez que o mercado vê chances reais de avanços, principalmente no caso da reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara, uma vez que ele é um defensor da agenda reformista”, afirmou Carvalho, ressalvando que ainda há dúvidas quanto à presidência do Senado.

Pela manhã, o Boletim Focus mostrou que, em um ambiente de inflação baixa e atividade ainda fraca, os economistas do mercado financeiro esperam pela manutenção da Selic nos atuais 6,5% até outubro, quando o Banco Central daria início a um novo ciclo de alta de juros. Conforme o Sistema de Expectativas de Mercado do relatório Focus, a projeção é de que a Selic suba de 6,50% para 6,75% em outubro. Depois, em dezembro de 2019, a taxa passaria para 7,00% ao ano. A Selic seguiria subindo até abril de 2020, quando atingiria 8,00% ao ano, encerrando o ciclo de alta.

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