Preservação Ambiental

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Divulgação

A segunda grande crise ambiental demonstra que algo não vai bem. Como pode ocorrer duas grandes tragédias em menos de 5 anos? O lado bom, agora temos um novo governo, que tem a oportunidade de demonstrar a sua capacidade de reformar as estruturas de preservação ambiental.

A comparação entre as ações dos dois governos – o da Dilma e o do Bolsonaro – será um marco na administração pública. Não era só na corrupção que o governo do PT de destacava. Ele tinha uma total incompetência para lidar contra as ameaças à vida.

A quantidade de mortes em Brumadinho deve ser bem maior do que as de Mariana. Além disso, muitas mortes devem ocorrer entre os funcionários da mineradora. Em Mariana as mortes acontecerem entre as pessoas mais simples, com pouca capacidade de reação às ações do governo. Agora o desastre ambiental atingiu pessoas com mais qualificação e capacidade de reação. Quando as crises atingem as pessoas mais cultas, com maior capacidade de mobilização, o governo se sente ameaçado.

Agora o que não foi feito em décadas será feito em meses. Essa incompetência administrativa do governo – municipal, estadual e federal – é uma triste realidade da nossa cultura. O que demonstra o quanto o governo precisa ser melhorado. As grandes crises provocam grandes mudanças em todo o mundo.

No meio do século XVIII, Portugal já era um país decadente. Os tempos gloriosos das grandes descobertas já tinham ficado para trás. As riquezas das minas de ouro do Brasil estavam se reduzindo, que eram a principal fonte de recursos da monarquia portuguesa. Em 1º de novembro de 1755 um grande terremoto, seguido de um maremoto e depois, como a destruição não tivesse sido pouca, um grande incêndio varreu Lisboa. Mais da metade da cidade foi destruída. A quantidade de mortes foi na ordem de dezenas de milhares, estima-se que quase metade da população veio a falecer.

O que se seguiu foi uma grande transformação da cultura portuguesa. O Marquês de Pombal promoveu um grande esforço de recuperação da cidade, aproveitou a destruição para fazer uma reconstrução com novos planos. Uma nova arquitetura foi imposta à cidade. Os jesuítas foram expulsos de Portugal e do Brasil, pois representavam uma ameaça ao poder do marquês. Por quase 20 anos promoveu uma revolução em Portugal e também nas colônias, inclusive no Brasil. Depois da sua queda, Portugal teve um grande retrocesso, que se acentuou com a vinda de Dom João VI, para o Brasil, em 1807.

No final da 2ª Guerra Mundial, os norte-americanos estavam preste a invadir o Japão. O prognóstico do número de soldados norte-americanos mortos e feridos era estimado em centenas de milhares. Como alternativa para acelerar o final da guerra os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica no Japão em agosto de 1945, e pediram a rendição. O comando militar japonês se negou a aceitar a rendição, pois achava que os Estados Unidos só tivessem uma bomba atômica. Poucos dias depois, uma segunda bomba foi lançada. Na realidade os norte-americanos já tinham 8 bombas prontas. Desta vez o Imperador do Japão interveio e aceitou o pedido de rendição, e fez o Japão se render.  Começou uma nova era. A recuperação foi dolorosa, mas 25 anos após o Japão era a segunda economia do mundo.

As sociedades precisam de grandes crises para evoluírem mais depressa. Não importa a fonte da crise, o que vale é a intensidade da destruição e o poder de indignação da sociedade. A sociedade brasileira não pode aceitar impunimente essa incompetência deslavada da burocracia estatal. Uma grande reforma precisa ser feita. E não só na área ambiental. Em toda a burocracia estatal – federal, estadual e municipal. Essa é uma rara oportunidade de colocar o Brasil num crescimento sustentável. Vamos ver como o Brasil se comporta.

 

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