Com Previdência no foco, dólar retoma alta de olho também no exterior

Por Silvana Rocha/Estadão Conteúdo  

O dólar está volátil no mercado doméstico nesta quinta-feira, 14. Após iniciar a sessão em alta, alinhado ao desempenho positivo da moeda americana em relação a grande parte das divisas de países emergentes exportadores de commodities no exterior, houve uma queda pontual. A divisa retomou a valorização em realinhamento ao viés externo.

A volatilidade entre margens estreitas até a publicação deste texto reflete um compasso de espera do investidor pela reunião à tarde do presidente Jair Bolsonaro, com o ministro da Economia, Paulo Guedes (15h). Em entrevista na quarta-feira, o presidente garantiu que baterá o martelo hoje sobre a proposta de reforma da Previdência a ser enviada ao Congresso.

“Lógico que haverá consenso (sobre a idade mínima) (…) a grande dúvida na idade é se passaria para 62 ou 65 (anos) para homens e para mulheres, para 57 ou 60 (anos). Isso será decidido amanhã” (hoje, quinta-feira), declarou, em entrevista ao Jornal da Record, horas depois de ter tido alta hospitalar.

O leve ajuste de baixa ante o real, mais cedo, decorre de um movimento discreto de realização de ganhos acumulados em 2,43% em cinco das últimas seis sessões, segundo um operador.

Lá fora, o dólar segue forte frente moedas emergentes ligadas a commodities, diante dos riscos de recessão na zona do euro, enquanto a economia dos Estados Unidos se mantém saudável. Mais cedo, a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro para o quarto trimestre confirmou os fracos números da primeira estimativa, de expansão de 0,2% sobre o terceiro trimestre e de 1,2% na comparação anual com o período entre outubro e dezembro de 2017.

Está no radar também a principal fase das negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Nesta quinta, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e representante comercial americano, Robert Lighthizer, se reúnem em Pequim com o vice-premiê chinês, Liu He, para continuação das negociações comerciais.

Antes disso, representantes de ambos os lados tiveram conversas preliminares entre segunda e quarta-feira. O objetivo agora é tentar fechar um acordo comercial até 1º de março, antes que Washington eleve tarifas sobre mais US$ 200 bilhões em produtos chineses, de 10% para 25%, no dia seguinte. Há relatos, no entanto, de que o presidente dos EUA, Donald Trump, estaria considerando adiar esse prazo em 60 dias.

Às 9h47, o dólar à vista estava a R$ 3,7580 (+0,13%). O dólar futuro para março subia 0,09%, a R$ 3,7610.

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