A pesca

Foto: Revista Pesca Esportiva

A arte da pesca data de milênios (na China Oriental, rios Yang Tse Kyang, Yang Ho, entre outros e no Mar Amarelo; na Índia, rios Ganges, Bramaputra e Indo). Nos últimos dois milênios, constituiu-se em importante fonte alimentar. Atualmente, Noruega, Suécia, Portugal e Japão se destacam, máxime pela coleta do melhor bacalhau. Por igual, nos rios Volga, Dnieper e outros, e no Mar do Norte, produz-se o famoso caviar (ova do esturjão), fazendo com que um único esturjão ovado passe a valer milhares de dólares. A indústria japonesa do pescado atende à demanda de quase todo o planeta e, para tanto, empresas japonesas praticam a pesca em todos os oceanos e, mesmo, em mares, muitas vezes no mar territorial brasileiro. Em decorrência da prática pesqueira, muitas espécies de peixes (e de mamíferos marinhos, como a baleia) restaram dizimadas a ponto de provocar séria preocupação de órgãos e governos.

No Livro de Gênesis, ao criar o homem Deus disse: “crescei e multiplicai-vos, povoai a terra, sujeitai-a…” (Gen. 1:28). Esse foi um comando, uma ordem: sujeitar a terra… Ao que tudo indica, a humanidade entendeu o mando como “aniquilar”, “arrasar” a terra… Tão certo como o homem tem direito a sujeitar a terra, também tem o dever de deixá-la sujeita, prestativa, dadivosa para os filhos, os netos, os pósteros… Para tanto, aqui e ali surgiram gritos, arautos do preservacionismo, da mantença do equilíbrio. Iniciamos este século com a preocupação de evitar maiores danos ambientais.

Sabe-se que, antes do descobrimento do Brasil, os índios Bororós, Tuamutus, Guaranis, Pariris, entre outros, utilizam armas precárias (arcos, lanças e tacapes) para a prática da apanha do peixe. Alguns valiam-se dos “paris” – esteira de taquara ou de talos de babaçu colocados junto a pequenas quedas d’água para apresar o peixe que descia. Aos depois, os portugueses trouxeram redes de pesca (especialmente os açorianos, no litoral sul brasileiro) e anzóis. Com o tempo, a pesca passou a ter importância econômica e, com isto, equipou-se de redes melhores (redes de casseio, redes de cerco, além das tradicionais, de arrasto ou fixas) e outros equipamentos (molinetes, carretilhas, arpões, etc.).

Os rios sempre apresentaram potencial invejável. Se atentarmos para o potencial de rios como o Divina, Pechora (Polônia), percebe-se que qualquer rio brasileiro, mesmo que dez vezes menor (como o Rio São João, afluente do Juruena, em Nova Bandeirantes, Mato Grosso) tem dez vezes o potencial pesqueiro que aqueles… Que dizer do Pantanal? Trata-se, sem dúvida, do maior e melhor pesqueiro de água doce do mundo.

A prática da pesca veio incentivada por governantes, por empresas pesqueiras, mas a preocupação com o seu futuro (com sua “longevidade”) só agora, nos últimos anos, passa a ser fixada no papel, na forma de leis, portarias, etc.

Na próxima semana, conversaremos sobre a pesca predatória.

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