Bolsas da Europa fecham em forte queda com temores sobre economia global

Por Monique Heemann/Estadão Conteúdo  

As bolsas da Europa fecharam em forte queda o pregão desta sexta-feira, 22, pressionadas por temores com a economia global. Com a indústria da Alemanha, maior economia da zona do euro, em contração, investidores optaram por fugir do risco, enquanto a apreensão se elevou com a inversão de parte da curva de juros dos títulos do Tesouro americano, considerada uma sinalização de crise econômica. O índice Stoxx-600 caiu 1,22%, a 376,04 pontos

Em Londres, o FTSE 100 caiu 2,01%, a 7.207,59 pontos, com queda semanal de 0,29%, enquanto o DAX, de Frankfurt, recuou 1,61%, a 11.364,17 pontos, e acumulou perda de 2,75% na semana. O CAC 40, de Paris, registrou queda de 2,02%, a 5.269,92 pontos, e 2,50% cedidos na semana. Em Milão, o FTSE MIB cedeu 1,38%, a 21.078,76 pontos, mas mostrou avanço semanal de 0,16%. Em Madri, o Ibex 35 perdeu 1,67%, a 9.199,40 pontos, com queda de 1,53% na semana, e o PSI 20, de Lisboa, caiu 2,04%, a 5.160,37 pontos, e terminou a semana com 1,52%.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria da Alemanha, maior economia da zona do euro, caiu a 44,7 neste mês, informou a IHS Markit, no menor nível em 79 meses e abaixo do nível dos 50,0, que indica contração. Não bastasse a notícia negativa local, a indústria também mostrou contração no Japão, enquanto o PMI industrial dos Estados Unidos recuou ao menor patamar em 21 meses.

Os temores com a economia global foram acentuados quando, pela primeira vez desde 2007, o spread da T-bill de três meses e da T-note de dez anos, que vinha mostrando achatamento durante a semana, se tornou negativo, indicando uma inversão na curva de juros no intervalo usado como referência pelo próprio Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para indicar recessões

“A inversão doeu. Como já discutimos anteriormente, essa é a curva em que o Fed mais presta atenção devido a seus pontos de previsão para uma recessão nos EUA”, afirmou o economista John Hill, do banco canadense BMO Capital Markets. O cenário de apreensão levou investidores dos dois lados do Atlântico a buscarem por ativos seguros, prejudicando os mercados acionários

Além disso, o Conselho Europeu adotou formalmente nesta sexta o documento em que concede a Londres uma extensão do prazo do Brexit até 22 de maio, sob a condição de a Câmara dos Comuns britânica votar a favor da atual proposta de acordo na semana que vem, ou até 12 de abril, se, pela terceira vez, prevalecer o “não” em Westminster. Segundo o presidente do órgão, Donald Tusk, até 12 de abril “tudo é possível” em questão de alternativas para o divórcio.

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