O Estilo Bolsonaro

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Foto: Alan Santos/Presidência da República

Bolsonaro vai impondo o seu jeito de ser. Primeiro foi nas eleições, virou as costas para a imprensa tradicional e fez a sua campanha nas redes sociais. Deu certo, a imprensa perdeu o seu maior cliente, o governo. Está órfã, procura desesperadamente um novo paitrocínio. É o adolescente que não pode viver sem a mesada do pai, precisa desesperadamente amadurecer.

Depois foi o Congresso a cair aos pés do novo presidente. Se lançou abertamente à conquista de cargos no novo governo, conseguiu muito pouco. Agora está encrencado com a Reforma da Previdência. Não quer cortar os seus próprios privilégios, mas teme o eleitorado. Sabe que os seus dias de grandes gastanças estão acabando. Começa a ter vergonha de sair a público e assumir o que faz. Mente o tempo inteiro, como uma criança mimada.

Agora é a justiça que cai aos pés do novo presidente e da opinião pública. O Supremo Tribunal Federal (STF) se envolve em grandes escândalos, ao conceder a liberdade à políticos e empresários corruptos, com sentenças bem frágeis. O descrédito é total. Alguns dos seus membros não podem mais sair a público, são vaiados e desafiados descaradamente. Passaram a ser prisioneiros das suas próprias mentiras.

O presidente Bolsonaro marcou um gol de placa com a sua visita aos Estados Unidos. Mostrou que o Brasil estava disposto a negociar de igual para igual. Deu vários primeiros passos e pegou o governo norte-americano desprevenido. O presidente Trump não estava preparado para um negociador tão audaz. O Brasil liberou o visto para os norte-americanos, australianos, canadenses e japoneses. A retórica do Trump não conseguiu esconder a sua estupefação. Agora os Estados Unidos têm um parceiro na América Latina que sabe o que quer, tem um poder imenso e é audacioso.  Trump ficou com a imagem de um presidente vacilante que não tem nada a oferecer numa mesa de negociação.

O passo mais decisivo será a negociação com a China. A visita de Bolsonaro deverá ocorrer nos próximos meses. Hoje a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Os Estados Unidos se contentam com um mero terceiro lugar.

O Brasil é maior fornecedor de soja para a China, resultado da Guerra de Trump. No ano passado o Brasil exportou 84 milhões de toneladas de soja, mais de 80% para a China. Algo que os próprios chineses não acreditavam ser possível. Os próprios norte-americanos ainda não digeriram este marco. Em nenhum momento da visita de Bolsonaro foi citada a liderança mundial nas exportações de soja dos brasileiros.

Aos trancos e barrancos o Brasil vai melhorando a sua infraestrutura de exportação. Parece que após 30 anos de tentativas, a BR-163 será finalmente asfaltada. É inconcebível um descaso tão grande com uma rodovia tão importante para o agronegócio.

Hoje o Brasil já tem mais de 10 portos significativos para a exportação. Santos e Paranaguá são os maiores, mas uma nova rede de portos no norte do país impõe uma nova realidade. A diversidade de pontos de embarque dá uma grande confiabilidade às exportações e cria uma grande competitividade entre os portos. Quem se atrasa na redução de custos e aumento de capacidade perde participação de mercado.

Após a conquista da liderança nas exportações de soja o Brasil avança no mercado internacional do milho. Isso ninguém esperava. Na maioria dos países a agricultura faz só uma safra por ano. No Brasil agora o mais comum são duas safras. Em alguns casos, até três safras num mesmo ano.

Para aumentar a produção de soja os agricultores precisam gerar uma grande quantidade de palha. A produção de milho é uma das alternativas. Crescer na produção de milho é uma necessidade para aumentar a produção de soja.

A produção de álcool a partir do milho é uma atividade que está crescendo muito rapidamente no centro-oeste. O que impõe um piso para a preço do milho e disponibiliza uma grande quantidade de ração para a criação de animais, fortalecendo a produção de milho e a industrialização do interior do Brasil. Com os novos portos, logo toda essa riqueza será exportada. O Brasil em poucos anos vai ameaçar a liderança dos Estados Unidos na exportação de alimentos.

Esse é o parceiro dos sonhos dos chineses. Alguém que possa fazer frente a capacidade colossal dos norte-americanos de produzir comida. A negociação do Bolsonaro com os chineses promete grandes surpresas.

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