Cidades recorrem a drones para ajudar no combater à dengue em SP

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(foto: Divulgação/Prefeitura de Araraquara)
Por José Maria Tomazela/Estadão Conteúdo  

Cidades com alta incidência do mosquito transmissor da dengue estão recorrendo à tecnologia dos drones para atacar o Aedes aegypti, no interior de São Paulo. Os veículos aéreos não tripulados permitem à fiscalização atingir locais inacessíveis aos agentes de saúde. Além de possibilitar o levantamento dos possíveis focos, por meio de filmagem aérea, os drones já podem ser equipados com dispersores de inseticidas para o ataque direto ao transmissor.

Foi o que aconteceu em Araraquara, no último sábado, 23. Os agentes recorreram a um drone para lançar inseticidas e larvicidas numa área que abriga um “cemitério” de vagões, na Vila Xavier. As composições, abandonadas há anos na região, acumulam água e se transformam em criadouros do Aedes. “Não há como subir nesses vagões sem correr risco, então o drone acaba sendo um recurso eficaz. Com o equipamento, os focos são visualizados e a aplicação é feita de forma direta”, disse o coordenador de Vigilância em Saúde, Rodrigo Ramos. O equipamento deve ser usado até o fim da epidemia que atinge o município. Conforme a última atualização, Araraquara tem 3.824 casos confirmados e quatro mortes por dengue.

Em Limeira, o drone é usado para multar quem não combate o mosquito, a partir da identificação de potenciais criadouros. As equipes utilizam o aparelho para fazer a fiscalização de imóveis onde o acesso é difícil. Após a identificar dos pontos de acúmulo de larvas, o proprietário é notificado para fazer a limpeza e eliminar os criadouros em três dias. O próprio equipamento, usado em parceria entre a Guarda Civil Municipal (GCM) e a divisão de Controle de Zoonoses, volta ao local para conferir se o trabalho foi realizado. A não obediência acarreta multa que varia de R$ 795 a R$ 3,9 mil. Na cidade, houve 60 casos confirmados até fevereiro.

Em Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo, o drone auxilia as ações de nebulização feitas com o “fumacê”. O equipamento voador ajuda a identificar os locais com possíveis criadouros. Com esse apoio, segundo o Centro de Controle de Zoonoses, o nebulizador ganha em eficiência, podendo atingir até 40 quarteirões por dia. O drone também permite a identificação de focos em casas de temporada, que permanecem fechadas na maior parte do tempo. A cidade teve 326 casos de dengue notificados este ano, dos quais 35 foram confirmados.

MORTES – Apesar dos esforços no combate ao mosquito, a dengue continua avançando no interior. Em Bauru, a Secretaria de Saúde confirmou nesta terça-feira, 26, mais duas mortes pela doença – agora são 12 confirmadas este ano. Outros oito óbitos são investigados. O número de casos subiu para 7.511. Em Birigui, foram confirmadas as duas primeiras mortes por dengue, este ano, na segunda-feira, 25. A cidade está em alerta com 622 casos positivos da doença e 867 em investigação. A Secretaria de Saúde de Nova Europa, na mesma região, confirmou nesta terça a primeira morte por dengue – a vítima é um idoso de 66 anos.

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