Zoológico de Curitiba se despede do urso-de-óculos Andy

Foto: Luiz Costa/SMCS

A marca registrada na cara, que dá nome à sua espécie, sempre fez com que o urso-de-óculos fosse um dos moradores mais ilustres do Zoológico de Curitiba, no Alto Boqueirão. Andy, como era carinhosamente chamado pelos tratadores, zootecnistas e veterinários, morreu na manhã desta sexta-feira (5/4).

Foram 13 anos de convivência com o urso, que nasceu no interior de São Paulo e chegou ao zoo em 2006. Prestes a completar 15 anos, era considerado um animal adulto e viveu dentro da expectativa para a espécie, que é de uma média de 20 anos.

O urso foi encaminhado ao Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde será submetido à necropsia para a obtenção de laudo conclusivo sobre a doença que o acometeu.

Andy passou por uma cirurgia para remoção de uma anomalia encontrada no abdômen nesta semana. O procedimento foi bem-sucedido e ele recebia cuidados pós-operatórios no zoo.

Foi nas últimas semanas que a equipe percebeu que ele já não se alimentava bem. O animal não respondeu a mudanças na dieta e iniciou tratamento veterinário. Como o quadro apresentou piora, a decisão foi pela cirurgia.

Investigação

O Zoo de Curitiba também mantém contato com as demais instituições mantenedoras da espécie no Brasil. A ideia é obter informações de eventuais registros clínicos similares, pois uma das causas prováveis para esse tipo de patologia seriam fatores congênitos (genéticos).

A equipe do Museu de História Natural Capão da Imbuia acompanha o processo, a fim de verificar a possibilidade de aplicação de técnicas de conservação ao material (partes de pele e ossos, por exemplo) e eternizar a existência de Andy, e futuramente, possibilitar o uso para fins de pesquisa.

Conservação da fauna

Por ser de uma espécie considerada vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza, Andy cumpriu uma missão importante de Educação Ambiental no Zoo.

A direção do Zoológico de Curitiba, instituição voltada à conservação e pesquisa da fauna, estuda fazer as adaptações necessárias no recinto deixado por Andy para remanejamento do casal de onças-pintadas Apolo e Angélica.

Para que haja incorporação de novos animais ao acervo do zoo é preciso obedecer critérios legais dos órgãos regulamentadores e a motivação com base nas diretrizes de conservação de espécies, priorizando as que correm riscos de extinção.

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