“Elas eram usadas por grupos armados em funções de combate. Foram testemunhas de massacres e de violência”, disse Mohamed Fall, representante do Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas (Unicef) para a Nigéria. Segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 2017, mais de 15 milhões de crianças entre 5 e 14 anos são forçadas a trabalhar no país. “Continuaremos a lutar até que não existam mais crianças nas fileiras de grupos armados na Nigéria”, disse Fall.
As milícias civis foram criadas para combater o Boko Haram e apoiar as Forças Armadas. No entanto, elas foram criticadas por abusos cometidos contra civis e crimes extrajudiciais, incluindo o recrutamento de crianças para as tropas – um constrangimento para a comunidade internacional, que financia e arma a Nigéria contra o extremismo islâmico.
“Desde setembro de 2017, quando o CJTF assinou um acordo prometendo tomar medidas contra o uso de crianças nas tropas, 1 727 crianças e adolescentes foram libertadas e não houve mais recrutamento”, diz o Unicef, em comunicado. A guerra da Nigéria contra os jihadistas já matou mais de 30 mil pessoas e deixou milhões desalojados, com poucos sinais de avanço.
O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, elogiou os esforços para combater o crime e destacou a diminuição no número de sequestros como prova do sucesso de sua política de segurança – o que é contestado por analistas. “No norte, há o Boko Haram e banditismo. No oeste, há cultismo e sequestros”, afirmou Dennis Amachre, que foi diretor do Serviço de Segurança do Estado. (com agências internacionais)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.