O Mundo é Complexo

Ainda vemos o mundo de forma linear, com as relações entre as coisas bem definidas e simples. Mas a realidade é bem diferente. Neste momento estamos vivendo uma transição. Tudo está mudando muito rápido. Não só a política e a economia, as lideranças também. A visão linear não ajuda muito a entender o momento presente.
É preciso mudar a nossa forma de observar as coisas, compreender que o Universo é curvo. Que as relações não são lineares, mas extremamente complexas. É nessa complexidade que devemos desenvolver a nossa compreensão do mundo que nos cerca.
Além de curvo o Universo se transforma em ciclos, que têm as suas similitudes, mas são diferentes. Temos as quatros estações do ano, mas o inverno deste ano não será igual ao inverno do ano passado. Nada se repete, tudo está se transformando a cada instante. Até é possível prever essas variações, existe uma tendência nas transformações. Mas existe um erro intrínseco nestas previsões, são as complexidades.
O Brasil está num preâmbulo de se tornar uma nação desenvolvida. O crescimento da tecnologia agrícola possibilita a acumulação de uma grande riqueza. O que está acontecendo agora é uma disputa dessa riqueza. Os velhos políticos querem essa riqueza para si. Um pequeno grupo de funcionários públicos é adulado por essa classe política, e acumulam grandes privilégios.
A maioria desses benefícios ainda não são de conhecimento de todos. Quando a população descobrir esses privilégios, eles vão cair. Esse é o trabalho da imprensa atual, esconder os privilégios das elites econômicas. Cedo ou tarde esses detalhes vão chegar às redes sociais. Aí as transformações sociais vão tomar um novo impulso.
A Guerra de Trump com a China está acelerando as transformações econômicas, pois a comida que a China tanto precisa se transformou em arma nesta guerra. O Brasil é o principal país no mundo que pode substituir os Estados Unidos no fornecimento de alimentos para a China. Outros países como a Argentina e Austrália também participaram desse esforço, mas a capacidade de produção de alimentos do Brasil é bem maior.
Na realidade essa substituição já começou, em função das tarifas que a China aplica nas importações de alimentos dos Estados Unidos. No ano passado o Brasil exportou 84 milhões de toneladas de soja, 80% foi para a China, o que possibilitou que a China reduzisse a quantidade de soja importada dos Estados Unidos. Neste ano as exportações de soja não serão tão grandes assim, pois houve, no Brasil, uma quebra da produção da soja em 5%, em função do clima, e os estoque de passagem são bem menores.
A safra brasileira de 2019-2020 começa a ser plantada em setembro. Até lá ainda temos quatro meses e muita coisa pode ocorrer. Os preços atuais, no Brasil, são pouco encorajadores. Mas a safra norte-americana está atrasada pelo clima pouco favorável. Tem chovido muito e as temperaturas ainda estão muito baixas. Algumas regiões produtoras do cinturão do milho estão sofrendo inundações. O que pode mexer muito com os preços na Bolsa de Chicago. Nas commodities agrícolas as variações de preços são muito intensas e rápidas.
Como se tudo isso não fosse o bastante., a Asia inteira está sofrendo com a Gripe Suína Africana, que é uma doença fatal para a maioria dos porcos contaminados. Os números dos animais infectados são díspares. Vai demorar para termos uma melhor ideia da amplitude da doença. É muito provável que seja muito grande a quantidade de porcos mortos e que o Brasil cresça bastante o volume de exportações de carnes, não só de porco, mas também de frango e de gado.
Os três fatores somados – a Guerra de Trump com a China, a possível quebra da safra norte-americana, e a gripe suína africana – podem mudar rapidamente o cenário da agricultura brasileira e da nossa economia. A receita com a exportação pode aumentar bastante.
Neste cenário a crise econômica acaba rapidamente e o Brasil volta a crescer.

- Anuncie Aqui -