Todos querem botar alguém no ministério, diz Bolsonaro

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Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Por Fabrício de Castro/Estadão Conteúdo   

Após as alterações recentes em ministérios próximos ao Planalto, o presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado, 22, que não pretende mudar outros ministros. Ele reconheceu, no entanto, que recebe pedidos para mudanças. “É natural, né?”, disse Bolsonaro a jornalistas.

Segundo ele, o maior alvo de pedidos de mudança é no Ministério de Minas e Energia, comandado hoje por Bento Albuquerque. “Não sei por que, ninguém pede (o ministério) da Damares”, ironizou Bolsonaro. Damares Alves ocupa o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

O presidente afirmou, no entanto, que é “natural” que surjam pedidos assim. “A gente conversa, se expõe, se explica, e grande parte deles entende a situação que nos encontramos”, pontuou Bolsonaro. “Vamos supor que eu dê o ministério x para tal partido, você me pede o Meio Ambiente e bota o Zequinha lá. Como é que fica o agronegócio?”, afirmou Bolsonaro.

Falando de forma geral, o presidente disse que “todos” querem botar “o meu homem ou mulher” em ministérios. “Todos pedem, sem exceção”, disse Bolsonaro. “Nós não podemos voltar a ter ministros de partidos, é isso que eu sempre apelo para os colegas do parlamento. Fiquei 28 anos lá, sei como funciona aquilo lá”, acrescentou.

Questionado sobre a nomeação de indicações políticas para o segundo escalão, Bolsonaro reconheceu que a prática acontece. “Até porque você pega um Estado – eu sou aqui do Sudeste -, você pega do Norte, Nordeste, a gente não conhece ninguém lá”, disse Bolsonaro. “Então, nós temos que botar gente indicada por parlamentar e que nós sabemos quem tá indicando. E se algo de errado acontecer, o parlamentar será chamado, convidado a conversar conosco”, afirmou Bolsonaro.

Bolsonaro critica possibilidade de reeleição nas presidências do Congresso

Por Fabrício de Castro

O presidente Jair Bolsonaro criticou neste sábado, 22, indiretamente, a articulação que surgiu, por iniciativa de um grupo de parlamentares, para apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permita reeleições nas presidências da Câmara e do Senado, sem qualquer limitação. A articulação foi noticiada pelo Estadão/Broadcast neste fim de semana.

Atualmente, a Constituição proíbe que os presidentes das Casas sejam reconduzidos aos cargos na mesma legislatura. Na prática, isso significa que, em 2021, o presidente da Câmara, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não poderão concorrer à reeleição. A PEC mudaria isso.

“Veja, por exemplo, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O cara fica eternamente lá”, criticou Bolsonaro, ao falar da articulação que surgiu no Congresso Nacional. “Qualquer eleição de quem já tem mandato, ele o candidato já sai com a máquina na mão. Ele tem um orçamento grande lá dentro. Isso aí é um atrativo para ganhar simpatizantes”, acrescentou.

Bolsonaro afirmou, porém, que a decisão sobre permitir ou não reeleição cabe ao próprio Parlamento. “No meu entender, a Câmara que vai decidir, é coisa interna deles. Se eu fosse parlamentar, eu saberia como votar…”, acrescentou Bolsonaro.

O presidente falou neste sábado a jornalistas, na saída da Coordenadoria de Saúde do Palácio do Planalto, em Brasília, onde esteve para exames de rotina.

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