Banco de Alimentos da Ceasa-PR deve agregar valor aos produtos

Foto: Divulgação/SEAB

O Banco de Alimentos da Ceasa de Curitiba deve ter suas atribuições ampliadas, com vistas a garantir melhor aproveitamento dos produtos não comercializados pelos atacadistas. Atualmente, cerca de 161 toneladas de hortigranjeiros são entregues a 125 entidades cadastradas, beneficiando aproximadamente 48 mil pessoas.

A proposta é agregar valor, com produção de molhos e doces, por exemplo, e preparar os alimentos para que tenham maior durabilidade. “Temos que evoluir”, disse o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “O governador é sensível às coisas que estão acontecendo aqui e ele quer que este espaço se transforme e que haja um aproveitamento ainda melhor.”

Ortigara participou nesta sexta-feira (12), no espaço da Cozinha Industrial, na Ceasa Curitiba, dos trabalhos no último dia da oficina “Cozinhando sem perdas e desperdícios”. Durante três dias, reuniram-se aproximadamente 100 pessoas para aprender novas técnicas de aproveitamento dos produtos recebidos pelo Banco de Alimentos. “O objetivo maior é reduzir a perda de alimentos”, disse o diretor-presidente da Ceasa Paraná, Eder Eduardo Bublitz.

APRENDIZAGEM – O secretário da Agricultura afirmou que, por desconhecimento ou hábito, às vezes as pessoas acabam jogando fora partes boas da comida. “Basta uma aprendizagem um pouquinho diferente, mudar um pouco o jeito de olhar cada vegetal, para ver que dá para fazer muita coisa decente, boa, como fonte de vitamina, proteína, sal mineral, fibra, coisas essenciais para o corpo”, disse.

Ele lembrou, ainda, que o governo estadual está atento às transformações que ocorrem no País e que podem demandar mais esforços no sentido de fornecer mais alimento e com melhor qualidade às escolas ou à população de forma geral. “Se pudermos levar esse alimento que, de outra forma, acaba virando lixo, a gente está fazendo uma ação positiva”, disse.

MERENDEIRAS – O primeiro dia da oficina reuniu representantes das entidades beneficiadas pelo Banco de Alimentos. O segundo dia foi dedicado às famílias atendidas no programa e, nesta sexta-feira, merendeiras de escolas e alunos de cursos técnicos de nutrição participaram do evento.

Em todos os dias houve orientação por parte de chefes de cozinha. “Foi muito concorrido, a procura foi grande, mas não tinha mais vagas”, disse a gerente do Banco de Alimentos da Ceasa, Jaqueline dos Reis Macedo.

A merendeira Cristiane Oliveira está há quatro anos no Colégio Estadual Tatuquara, mas sua experiência com cozinha industrial e restaurante já soma dez anos. A expectativa é que consiga colocar em prática os ensinamentos, particularmente com um melhor aproveitamento dos alimentos e a possibilidade de agregar novo sabor. “As crianças vêm sorrindo dizer que a nossa comida é mais gostosa que a da vó, e isso é muito bom”, afirmou.

BANCO – O programa Banco de Alimentos tem o objetivo de garantir abastecimento e segurança alimentar. Ele atua em parceria com produtores rurais e permissionários atacadistas, por meio da coleta e repasse de hortigranjeiros sem padrão de comercialização, mas que ainda estão em boas condições de consumo.

Também são recebidas doações do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, do governo federal. Os alimentos são selecionados e distribuídos gratuitamente às instituições assistenciais e famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional cadastradas. As cinco unidades da Ceasa no Paraná – Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu – possuem o Banco de Alimentos.

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