O Valor da Vida

Depois de duas semanas a grande pressão internacional sobre a Amazônia Brasileira amainou. A mídia tradicional foi atrás de novas manchetes. Ficou a questão: O Brasil cuida da sua Amazônia?
É evidente que não. A crise internacional só lançou luzes para o problema. A ideia de colocar a preservação sobre a responsabilidade do Exército Brasileiro é boa. Falta colocar a mão na massa.
A mídia estrangeira tentou ligar o desempenho produtivo da nossa agricultura com a destruição da Amazônia. Algo que foi facilmente desmascarado.
No entanto, o Brasil precisa integrar a Amazônia ao desenvolvimento brasileiro. Esse é o desafio.
O Brasil vive um momento de transição. Ficou mais de 30 anos numa fase de um crescimento muito lento. Uma das conquistas desse ciclo foi a redução da inflação, que o brasileira já estava acostumado a conviver.
Outra conquista foi um desenvolvimento político de conviver com todas as facções de pensamento. O sistema político resistiu a todas as tentativas de golpe militar. A troca de poder se deu através de eleições. O sistema político está se renovando. Cada vez mais as ações dos políticos são avaliadas de forma muito crítica pelas redes sociais.
O que falta agora é dirigir essas forças de renovação para a construção de um novo país. É evidente que os atuais projetos para a Amazônia são precários. Primeiro não trazem benefícios para a população local. O maior bem da Amazônia é a vida que ela contém, todas as formas de vida, inclusive o homem.
A integração do homem à Natureza é fundamental. Não dá para pensar só na Natureza ou só no homem. O ponto de partida é pensar que o ser humano faz parte da Natureza. Ele não é um ser criado à parte.
Pensar em deixar toda a Natureza intocada é um absurdo. É preciso compreender um manejo da áreas de exploração. A integração das áreas de exploração com as áreas de preservação é uma ótima solução.
Nas áreas de plantio de soja essa política já é intensamente aplicada. A técnica de plantio direto, preserva os restos do plantio anterior para servir de adubo, a palhada. Aliás quando ocorre um incêndio a palhada é destruída, o que significa uma grande perda, muito trabalhosa de ser recuperada. Isso quer dizer que o agricultor tecnificado não usa o fogo como forma de aumentar a produção, pois o resultado é negativo. Queimar para plantar é uma antiga técnica indígena. Só faz sentido em pequenas áreas, que depois deve ser abandonada para um processo de regeneração.
Por outro lado, incêndios no inverno acontecem e são difíceis de conter. Nesse ponto o governo poderia criar brigadas contra os incêndios e mesmo usar os aviões para combatê-los, como o recém-chegado KC-390.
Mesmo para a formação de pasto a derrubada da floresta é uma técnica de baixo rendimento. Administrar a floresta em pé é muito mais eficiente. O desafio é levar conhecimento aos habitantes da Amazônia. Se a estrutura do Estado Brasileiro já é muito precária nos grandes centros urbanos, imaginem nos recônditos dos igarapés da Amazônia. Boa parte da destruição da floresta é feita por pessoas que têm pouca instrução e poucas oportunidades de crescimento econômico. Se tivessem melhores condições de vida não praticariam a destruição da selva, pois da forma que eles fazem hoje, ela produz poucos resultados.
No entanto, existe um grupo de pessoas que destrói a floresta para a extração da madeira e a criação de novos pastos para o gado. Muitas vezes em áreas de reservas federais. Aqui a deficiência do governo federal é enorme. Primeiro não protege os seus domínios. Segundo não pune quem faz a destruição criminosa. A impunidade acelera o processo destrutivo. Nesse ponto, a atual intervenção federal com o Exército Brasileiro faz um grande sentido. É preciso recuperar a ordem. Os bandidos devem temer a ordem. Só a presença da força do Estado já é um intimidador.
Criar uma cultura de preservação e valorização da exploração da Amazônia é uma forma de garantir uma melhor exploração dessa enorme riqueza. Essa tarefa é colossal. Não deve ficar restrita ao governo, todos os brasileiros devem se engajar nesta tarefa.
A crise dos estrangeiros foi uma benção. Acordou o Brasil para um problema que estava mal resolvido. Vamos acompanhar e cobrar do governo a montagem do sistema de proteção e desenvolvimento da Amazônia.

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