A Nova Crise do Petróleo

O ataque terrorista a duas refinarias de petróleo na Arábia Saudita mexeu com os preços internacionais do petróleo. Três dias após o aumento foi de 15%. O impacto desse ato terá sérias consequências na economia mundial.
O primeiro será a recessão mundial nas economias mais desenvolvidas, pois elas são muito dependentes da importação de petróleo. A Europa será a primeira a ser atingida. A sua economia está muito fragilizada. Tecnicamente alguns países já estão em recessão. Uma crise econômica deve se instalar rapidamente. Muitos bancos ainda não conseguiram se recuperar da crise de 2008. Agora vão quebrar.
Vários fundos de pensão vão quebrar também. Os salários pagos aos aposentados vão diminuir. O consumo deve cair e o desemprego aumentar. Os ajustes vão ser muito duros. Os europeus estavam vivendo muito acima das suas possibilidades. A crise da imigração do norte da África para a Europa deve aumentar. A tendência é a Europa querer expulsar os imigrantes já estabelecidos.
Depois da Europa, os Estados Unidos também vão entrar em recessão. Apesar do aumento da produção interna de petróleo e gás, os Estados Unidos ainda importam 40% do seu consumo. O aumento do preço do petróleo vai contaminar rapidamente a sua economia. Setores fragilizados como a agricultura vão sentir mais rapidamente o golpe.
O setor de transporte também vai sentir o impacto do aumento do preço do petróleo. As empresas aéreas são as primeiras a serem atingidas. O preço do combustível representa de 30 a 40% do seu custo. Um aumento dos preços das passagens vai reduzir a quantidade de voos.
A fabricação de automóveis também vai sofrer grandes mudanças. Fabricantes tradicionais como a GM e a Ford já estão sofrendo com a entrada de novos concorrentes. A Tesla, fabricante de carros elétricos, já tem valor de mercado equivalente a essas empresas tradicionais. Com aumento do preço do petróleo, a demanda por carros a gasolina deve diminuir e aumentar a demanda por carros elétricos, que têm um custo de reabastecimento muito menor.
China e Índia também são grandes importadores de petróleo. A taxa de crescimento desses países deve diminuir. Não devem entrar em recessão. A saída é aumentar o consumo interno, o que deve aumentar as importações de outros bens, como comida.
O Brasil também vai ser atingindo pela crise. O preço dos combustíveis deve aumentar. O álcool combustível deve ficar cada vez mais atraente. Os investimentos em novas usinas devem aumentar bastante, principalmente as que usam o milho como matéria prima.
A venda de automóveis deve aumentar. Eles são muito mais eficientes no uso de combustíveis. Os carros antigos devem se desvalorizar. O que vai dar um maior dinamismo ao segmento.
A produção de petróleo terá uma nova rodada de investimentos. Isso deve impulsionar a nossa economia. O Brasil vai ser visto como uma fonte mais estável de petróleo. As novas reservas são enormes. O custo de produção por barril é baixo. A dificuldade é a quantidade de investimentos necessários para extrair o petróleo da camada de pré-sal.
O aumento dos investimentos na produção de petróleo e o aumento das exportações de comida vão impulsionar a nossa economia. A China vai colocar o Brasil numa posição privilegiada. Primeiro seremos uma alternativa aos Estados Unidos para o fornecimento de comida. Hoje principalmente a soja, mas logo mais também milho e carnes. Segundo, seremos uma alternativa para o fornecimento de petróleo e álcool.
A crise do petróleo vai ser um grande catalizador que vai acelerar as transformações mundiais. As velhas economias vão afundar e as novas crescer bastante. Tudo vai ocorrer muito rapidamente. É como se de repente o mundo começasse a se mover.
Neste novo cenário a posição do Brasil vai ser muito diferente. De patinho feio passamos a ser cisne.

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