A Semana News

Transformações

O momento é de grandes transformações, não só no Brasil, mas no mundo. O Brasil está deixando o papel de uma nação secundária, vamos liderar algumas mudanças.
A nossa liderança se faz pelo patrimônio social, somos um país de diversas raças, formando uma nova. No nosso país, a integração se fez através da aceitação do diferente. Nada é igual aqui. As diferenças estão em toda parte. A mistura fez do Brasil um exemplo de convivência do diferente. Falamos português, mas o nosso português é diferente, em todas as partes do Brasil. Mesmo assim conseguimos nos comunicar numa única língua, com tantas diferenças.
Essas diferenças fazem a nossa unidade. Somos um povo que aceita o outro, de onde ele vier. Isso choca os estrangeiros que chegam a primeira vez aqui. Cada nação faz o seu caminho de construção, o nosso foi da integração. Com esse patrimônio, fica fácil se comunicar com o mundo inteiro.
A capacidade do Brasil produzir alimentos é imensa. Agora chegou a hora de vender comida para o mundo. A China vai ser um grande teste. Primeiro foi a guerra comercial desencadeada pelo presidente Trump, que desencadeou uma guerra de tarifas alfandegárias entre os dois países. A China taxou as importações de soja dos Estados Unidos, o que levou a um favorecimento das importações do Brasil. A China testou e o Brasil exportou, em 2018, 84 milhões de toneladas de soja, 80% foram para a China. Isso foi um marco, ninguém imaginava que isso fosse possível, nem os próprios brasileiros.
Por causa do nosso clima temos uma estação anual de chuvas bem longa, que suporta duas safras anuais, em quase todo o nosso território. Isso faz uma grande diferença, é o dobro da produção numa mesma área. O mais comum é uma primeira safra de soja, seguida de outra de milho. Isso é necessário, por causa da tecnologia de plantio direto, que necessita de uma grande palhada, que a cultura do milho propicia. Mas não é só o milho que faz isso, o algodão também possibilita uma palha intensa. Isso leva a uma combinação, soja na primeira safra e uma diversidade de outras culturas na segunda.
Agora começa um segundo teste, a exportação de carnes. A febre suína africana está decimando o plantel chinês. Os números são enormes, fala-se de um plantel de mais de 650 milhões animais. Mais da metade dos porcos do mundo. A intensidade da mortalidade ainda é desconhecida. Chega-se a falar que mais da metade foi morta. Vai demorar um tempo para se ter um número mais preciso.
A tendência é que a China aumente muito as suas importações de carnes. Por causa do ciclo de produção muito curto, a carne de aves, num primeiro momento, vai ser a que mais sentirá um aumento das importações chinesas. No segundo momento será a carne suína. Mas o plantel brasileiro é pequeno, quando comparado com a demanda chinesa. Por mais que cresça, estará longe de atender a demanda.
Sobrou a carne bovina. O Brasil tem o maior rebanho bovino comercial do mundo, 215 milhões. Hoje o Brasil exporta 20% da sua produção de carne bovina. Um aumento significativo das exportações de carne bovina para a China é possível. A dificuldade é que os chineses não têm a tradição de comer carne bovina. Pela dificuldade de se produzir ela é mais cara que a carne suína. Na China essa diferença é muito grande, no Brasil nem tanto.
Um aumento nas exportações de carne bovina para a China pode chegar a grandes patamares. O que vai consolidar o Brasil como primeiro exportador mundial de carnes, como aconteceu com a soja. O que deve ter um grande impacto na balança comercial e na estrutura da agroindústria no Brasil.
Um terceiro desafio é o aumento da produção de milho. Na safra 2018-2019 a produção deve chegar a 105 milhões de toneladas, ou pouco atrás da soja, que foi de 117 milhões. A produtividade do milho pode chegar a 15 toneladas por hectare. A média brasileira é de 6 toneladas. É razoável esperar um aumento da produtividade nos próximos anos. A principal demanda deve ser a produção de álcool. Os Estados Unidos produzem em média 350 milhões de toneladas por ano, 40% vai para a produção de álcool.
De desafio em desafio, a economia Brasil vai se transformando e assumindo um papel de liderança no mercado mundial de alimentos. A nossa capacidade de nos comunicarmos com facilidade com todas as nações é fator positivo para fazer negócios. Os dois desafios colocados pela China vão alterar a forma que o Brasil é visto no mundo. Seremos reconhecidos por todos os países como o celeiro do mundo. Isso vai transformar o Brasil por inteiro.

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