Você me escuta? Segundo OMS, mais de um bilhão de pessoas vai responder “não” para esta pergunta nas próximas décadas

A perda auditiva é uma das cinco prioridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o século 21. O motivo da escolha é simples: de acordo com as estimativas mais recentes da OMS, mais de um bilhão de pessoas têm alto risco de ficar sem audição nas próximas décadas.
“Diariamente pacientes têm queixas relacionadas à audição. E é por esse motivo que precisamos falar sobre o tema, pois a perda auditiva pode acontecer em qualquer idade e por diferentes motivos”, conta a especialista em otorrinolaringologia cooperada da Unimed Curitiba, Adriana Desiree Batisti.
Como, então, prevenir e alertar sobre esse tema? Assim como a medicina evolui, os tratamentos e terapias para perdas auditivas também. Porém, apesar dos avanços, a prevenção ainda é o melhor caminho para a garantia da qualidade de vida.
Pensando nisso, a especialista preparou uma breve análise, bem como dicas de cuidados importantes que devem ser adotados em todas as etapas da vida. Confira!
Pré-Natal e nascimento:
Além de zelar pelo acompanhamento da saúde da mãe e do feto, um dos principais aspectos do pré-natal, no que se refere à audição, está na prevenção e/ou detecção de doenças infectocontagiosas, como rubéola e sífilis, que podem afetar a audição do bebê. Fatores que precisam ser considerados como alerta em relação à audição do recém-nascido são: prematuridade, hiperbilirrubinemia (amarelão), internamento por longo período em UTIs, uso de antibióticos ototóxicos. Nesse sentido, o Teste da Orelhinha é de extrema importância para o bebê. Realizado no hospital, após o nascimento, o resultado pode indicar precocemente a perda auditiva e, assim, dar início às investigações mais precisas.
Infância:
Existem inúmeros fatores que podem influenciar a perda auditiva na infância. Porém, alguns cuidados simples podem evitá-los. Confira:
– Manter a carteira de vacinação sempre em dia.
– Evitar dar mamadeira para a criança quando ela estiver deitada. A melhor posição da criança, nesse caso, é sentada. Esse cuidado pode evitar otites (inflamação no ouvido). Vale lembrar que crianças com otites podem ter atraso na fala e dificuldade no aprendizado escolar.
– Tratar a obstrução nasal. Na infância, assim como em todas as outras idades, a rinite alérgica, adenoides e amigdalas não tratadas também podem prejudicar a audição.
Jovens e adultos:
O uso frequente de fones de ouvido e a exposição a sons em volume alto/altíssimo, seja em ambientes de lazer ou trabalho, têm sido as principais causas de perda auditiva entre jovens e adultos. Atitudes simples, como o uso dos chamados EPI’s (Equipamento de Proteção Individual) e diminuição do tempo de permanência com fones de ouvido podem auxiliar a saúde auditiva. Também é importante lembrar que cotonetes podem traumatizar o conduto auditivo e o tímpano (membrana timpânica) e empurrar o cerúmen causando surdez. No que diz respeito às doenças, como hipertensão, diabetes, dislipidemias, problemas renais e outras, vale lembrar que elas também podem afetar a audição se não tratadas adequadamente.
Idosos:
Com o passar do tempo, além de doenças crônicas, a própria idade pode representar um fator de perda auditiva. Os sintomas podem ser variados, como zumbido e até falta de entendimento. Os idosos, por exemplo, ouvem, mas não entendem. A perda auditiva e/ou a falta de entendimento podem trazer como consequências o isolamento sociofamiliar e até mesmo quadros de depressão.
Dica
Quem quiser saber como está a audição pode baixar o aplicativo HearWHO, disponibilizado pela OMS. O app, disponível gratuitamente para sistemas Android e iOS, avalia a capacidade auditiva e sugere uma consulta médica caso os resultados não sejam satisfatórios.

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