A Argentina se repete

Foto: Reprodução internet

Como já estamos acostumados, a Argentina se repete e novamente vai dar o calote no sistema financeiro mundial. Respingos vão atingir o Brasil. Vamos precisar segurar “los hermanos” novamente.
É impressionante a capacidade da Argentina construir crises. É uma sociedade profundamente dividida. Gosta de tomar decisões extremadas. Agora assume um governo de esquerda propondo ações populistas que só vão aumentar a sua crise econômica e social.
Hoje mais de 40% dos argentinos vivem abaixo da linha de pobreza. No Brasil, menos de 25%. Quando se analisa por segmento, na Argentina mais de 50% das crianças vivem abaixo da linha de pobreza. Toda uma geração está em risco.
Enquanto isso, vemos os políticos argentinos de esquerda defendendo os governos de Cuba e Venezuela, e atacando o governo brasileiro, principalmente o presidente Bolsonaro.
O enfrentamento do novo governo argentino às políticas do governo Bolsonaro parece irreal. Como pode uma nação marchar tão cegamente para um abismo? Poucos economistas argentinos estão alertando, mas eles não conseguem mobilizar a população para evitar a crise.
O Brasil já está sentido os primeiros impactos, as nossas exportações para a Argentina já caíram mais de 30%. O setor que mais sentiu foi o automobilístico. Mais de 70% das nossas exportações de veículos e autopeças iam para a Argentina. Muitas empresas argentinas vão diminuir a sua produção, algumas vão fechar. É inevitável. O desemprego deve aumentar bastante.
A emigração argentina deve aumentar bastante, muitos procurarão refúgio no Brasil. Algumas fábricas inteiras vão emigrar para o Brasil. Outras só parcialmente. Esse movimento já se iniciou.
Os novos imigrantes devem dar uma nova dinâmica à nossa economia, principalmente no agronegócio. A produção argentina agrícola deve cair bastante. Em compensação, a brasileira deve tomar um novo impulso.
Mais um numa longa série. Em 2018 foi a Guerra de Trump que elevou os preços da soja no Brasil, pois os chineses impuseram uma tarifa de 25% à soja norte-americana, que levou o Brasil a exportar 84 milhões de toneladas de soja. Em 2019 foi a gripe suína africana que dizimou uma boa parte dos porcos na Ásia inteira, o que aumentou as exportações de carnes, principalmente a carne de gado. Em 2020 a queda da produção agrícola na Argentina deve aumentar os preços da soja no mercado mundial. O que deve levar o Brasil a aumentar a sua produção de soja e de milho, compensando as deficiências da Argentina.
O Brasil nunca viveu momentos tão favoráveis à sua economia agrícola. Todos esses fatores acontecerem de forma totalmente inesperada. A capacidade de adaptação do agronegócio é enorme.
Agora, com um governo mais favorável ao agronegócio, a rentabilidade dos empreendimentos deve aumentar bastante. Um exemplo é a melhoria da infraestrutura. A BR-163, que liga Cuiabá a Miritituba, no Pará, finalmente foi completamente asfaltada. O que facilita o escoamento das safras de grãos do Mato Grosso para os portos do Pará, reduzindo em muito a distância das fazendas aos portos. Só essa obra deve melhorar muito os preços internos dos grãos no Mato Grosso, pois reduz sensivelmente os custos de transporte.
Com essa forte concorrência, os portos tradicionais do sul e sudeste do Brasil, como Paranaguá e Santos, precisarão reduzir os seus custos e melhorar as suas infraestruturas. A chave é aumentar o transporte ferroviário e fluvial. Mas logo também os portos do norte do país terão ferrovias. O resultado será uma melhora substancial da eficiência da infraestrutura no Brasil inteiro.
Quando o mundo perceber, o Brasil já estará num outro patamar. Hoje o Brasil já é o maior exportador mundial de soja. Logo vai também assumir a liderança na exportação de milho e de carnes.
A crise na economia da Argentina vai dar mais um impulso para ao nosso crescimento. Era um estímulo que não estava previsto. E, de estímulo em estímulo, a economia do Brasil está retomando.

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