Verão exige cuidado redobrado com a pele dos animais

Sol, calor e hábitos da estação mais quente do ano podem causar sérios problemas à saúde de cães e gatos

O calor do verão é um verdadeiro convite a passeios, banhos de piscina e exposição ao sol. Entretanto, se essas atividades não forem realizadas com os devidos cuidados, podem desencadear diversos danos à saúde de cães e gatos, principalmente problemas de pele.

A primeira medida a ser tomada é a prevenção de pulgas e carrapatos. O calor intenso aumenta a incidência desses ectoparasitas que podem atingir os animais durante os passeios nos parques ou mesmo dentro de casa, pois podem ser trazidos das ruas em roupas e calçados. Carrapatos podem causar doenças graves como anemia, babesiose e erliquiose, sendo que estas duas últimas podem ser fatais. Já as pulgas transmitem vermes e sua saliva pode causar dermatite alérgica por picada, provocando coceira intensa e até perda de pelo nos animais.

Existem no mercado diversos produtos para controle de pulgas e carrapatos, com prazos de reaplicação variados. Em geral, a durabilidade é de 30 dias, mas em animais infestados ou com maior exposição externa, pode ser recomendada a aplicação a cada 21 dias.

No verão também é muito comum os tutores deixarem seus animais tomarem banhos de piscina, chuva ou mangueira para que possam se refrescar, mas o cuidado deve ser redobrado, pois isso facilita a entrada de água nos condutos auditivos, causando infecções. Também é importante que a pelagem do animal seja seca adequadamente, uma vez que a umidade cria um ambiente favorável para a proliferação de fungos como a malasseziose, uma dermatopatia que causa oleosidade, prurido e mau odor, e dermatofitose, uma zoonose que causa lesões generalizadas na pele.

Uma dica importante é manter a tosa mais baixa, já que ela facilita a penetração do shampoo durante o banho e agiliza a secagem dos pelos. Mas é preciso que as tosas sejam feitas por profissionais aptos a indicar a melhor solução para cada animal. Pets que têm alergia à lâmina, por exemplo, devem ser tosados com tesoura. As particularidades das raças também devem ser levadas em consideração: animais de pelagem densa como Chow Chow, Spitz Alemão e Samoieda, quando submetidos à tosa total ou tosa com lâmina, podem ser acometidos de uma dermatopatia chamada de alopecia pós tosa, que leva ao não crescimento ou ao crescimento demorado da pelagem.

Cuidados com insetos

Outro ponto negativo do verão para a saúde são as picadas de insetos, que atingem também nossos amigos peludos. As picadas tendem a ocorrer nas regiões sem pelos e também na face, pois o odor do cerume dos ouvidos atrai os insetos. “O uso de repelente em pets é recomendado, principalmente nas áreas de maior presença de mosquitos. Se o animal puder ser mantido em ambiente telado, melhor ainda”, recomenda a médica veterinária Camilla. É possível encontrar repelentes nas versões pour on ou coleiras, consideradas mais efetivas.

Os sinais clínicos de uma picada por inseto podem ser desde uma simples irritação local, acompanhada de coceira, passando por um edema palpebral, se a picada for em região periocular, ou ainda um quadro de angioedema, quando há o aumento facial que pode causar distorção na face. Um quadro mais grave pode causar o edema de glote (reação alérgica conhecida popularmente como “garganta fechada”) sob risco de levar o animal a óbito. Em gatos, as picadas de inseto podem formar quadros chamados de placa eosinofílica, caracterizada pela presença de placas extensas erosivas e avermelhadas na pele.

Além disso, os mosquitos também são transmissores de duas doenças graves: a Dirofilariose, também conhecida como verme do coração, e a Leishmaniose. As medidas preventivas são os repelentes e vacinas, que devem ser aplicados antes do animal ser exposto a ambientes endêmicos ou em períodos com mais riscos. Felizmente, cães e gatos não são hospedeiros do temido vírus da febre amarela.

Exposição solar também demanda atenção

A exposição ao calor e sol também são preocupações importantes. Passeios não devem ser feitos entre 10 e 16 horas sob risco de causar hipertermia ou queimadura nas almofadas das patas.  Antes de passear, o tutor deve colocar as palmas das mãos no chão para verificar a temperatura e, ainda assim, deve dar preferência a locais com mais sombras e gramados. Também é recomendado o uso de protetor solar com fator de proteção solar acima de 50 em focinhos e regiões da pele sem pelo, preferencialmente próprio para animais. Quando não houver disponibilidade, protetor solar de uso humano em aerossol minimizam os riscos de ingestão do produto.

As queimaduras solares podem causar câncer de pele como o carcinoma de células escamosas, hemangioma e hemangiossarcoma.

- Anuncie Aqui -