As informações foram divulgadas pelo Ministério Público Estadual de São Paulo.
Segundo o MP, “os policiais denunciados praticavam delitos para favorecer a organização criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital, permitindo a realização de tráfico de drogas no território abrangido por aquele batalhão”. “Os agentes de segurança passaram a integrar o PCC, praticando diversos ilícitos, como concussão, corrupção passiva, falsidade ideológica, violação de sigilo funcional, além do crime de associação ao tráfico de drogas”.
O Ministério Público ainda afirma que as “investigações começaram com o recebimento de um relato anônimo que deu detalhes sobre como os policiais militares envolvidos no esquema apreenderam grande quantidade de drogas e passaram a negociar com um traficante local, exigindo dinheiro para evitar a prisão em flagrante e apontar uma adolescente como responsável pelo crime”.
De acordo com a Promotoria, “interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça revelaram que não se tratava de um caso isolado, e sim que diversos integrantes da corporação, todos lotados no 22º Batalhão, estavam envolvidos”.
“O papel dos policiais militares dentro da organização criminosa também era claro, não reprimir a prática do delito de tráfico, bem como facilitá-lo, não passando de viatura policial próximo aos pontos de venda, informando acerca de alguma operação policial pelo local e até mesmo alterando a verdade em documentos públicos para que não ocorresse apreensão de droga ou a prisão dos traficantes”, anota o promotor na denúncia.
A Promotoria afirma que “alguns pagamentos eram feitos de acordo com a graduação do policial militar, outros por equipe e outros ainda de acordo com o interesse momentâneo do PCC e dos Pms”. “O pagamento era feito pessoalmente ao corrupto ou por interposta pessoa, quando apenas um da equipe fazia contato com o traficante negociando a propina de todos os demais policiais”.