General Heleno sobre Bolsonaro e Lula: não comparem coisas heterogêneas

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Por Célia Froufe e Cristiano Dias/Estadão Conteúdo  

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, ficou irritado quando jornalistas o questionaram sobre o motivo de a comitiva do governo brasileiro ter visitado Israel sem considerar uma passagem pelo lado palestino, como fez o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando esteve na região. “Não vamos comparar, não. Pelo amor de Deus, tchau. Não comparem coisas heterogêneas”, disse, saindo do hotel onde está hospedado.

Sobre o fato de a visita ao lado palestino não constar da agenda, ele disse que “nem se pensou nisso”. Para ele, não se trata de um desequilíbrio e comparou dizendo que, também houve uma viagem presidencial ao Chile, mas que não esteve presente na Argentina, por exemplo. “Tem uma outra época para ir”, disse. “Querem fazer ilações que não são corretas”, continuou, acrescentando que há também a questão de tempo, pois não se pode ficar por um período muito extenso fora do Brasil.

Antes disso, o general havia dito que a visita da comitiva presidencial era mais do que uma cortesia, quando foi perguntado sobre se a viagem tinha esse caráter, até porque Israel passará por eleições gerais no início do próximo mês, ou se havia algum anúncio a ser feito localmente entre as partes. “Fator cortesia tem um componente desse tipo, mas aqui temos outros assuntos a tratar. Nos interessa essa aproximação com Israel, sem que isso signifique um afastamento da comunidade árabe. Isso tem que ficar muito claro”, pontuou.

O ministro não quis falar sobre uma possível retaliação de países árabes a produtos brasileiros, como o da carne de frango, por exemplo, com a aproximação com Israel. “Isso não é assunto meu, é do ministro (das Relações Exteriores) Ernesto Araújo e do presidente (Jair Bolsonaro)”, desconversou.

General Heleno diz que não há previsão de anunciar escritório em Jerusalém

Por Célia Froufe

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, descartou há pouco a possibilidade de o governo brasileiro anunciar durante sua visita a Israel a instalação de um escritório de negócios no país, algo que passou a ser cogitado como uma forma de evitar, num primeiro momento, a polêmica transferência da Embaixada de Tel Aviv para Jerusalém. “Não está planejado declarar ainda”, afirmou.

O ministro também disse que um dos principais contatos entre os países é na área de segurança, em linha com o discurso feito na chegada, em Tel Aviv nesta manhã, madrugada no Brasil, pelo presidente Jair Bolsonaro. Mesmo assim, ressaltou que não necessariamente haja um anúncio formal.

“Não dá para adiantar porque são assuntos que têm um grau de sigilo grande. A visita aqui não quer dizer que vamos comprar, até porque hoje não estamos em condições de fazer isso, mas é lógico que Israel é desenvolvido na área de equipamento miliar. Se houver uma proposta razoável, que nos interesse, pode acontecer, mas nada específico”, explicou ao falar com jornalistas no King David Hotel, onde a comitiva presidencial está instalada em Jerusalém. “Pode também não ter (anúncio), é natural.”

O general comentou que o contato nessa área entre os dois países é grande e que os israelenses estão à frente dos avanços tecnológicos. “Temos já muito contato com eles, que estão na nossa frente por uma questão de necessidade. Sempre tivemos esse contato e a ideia é aprimorar esse contato. Hoje, a parte tecnológica evolui muito rapidamente”, considerou.

Um dos principais pontos de discussão, de acordo com ele, é com a tecnologia para dessazonalizar a água no Nordeste. “Eles têm tecnologia para colocar água permanentemente, não só com cisternas. Não é fácil.”

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