O evento inclui uma procissão pela capital até o Estádio Nacional de Kigali, onde 30 mil pessoas devem participar de uma cerimônia à luz de velas à noite. “Vinte e cinco anos atrás, Ruanda caiu em uma vala profunda devido à má liderança, hoje, somos um país de esperança e uma nação elevada”, disse Agnes Mutamba, 25, que nasceu durante o genocídio. “Hoje, o governo uniu todos os ruandeses como um povo com a mesma cultura e história e está acelerando a transformação econômica”, disse Oliver Nduhungihere, ministro de Relações Exteriores da Ruanda.
O assassinato em massa da minoria tutsi de Ruanda foi desencadeado em 6 de abril de 1994, quando um avião que transportava o presidente Juvenal Habyarimana foi abatido e caiu em Kigali, matando o líder que, como a maioria dos ruandeses, era um hutu étnico. A minoria tutsi foi culpada por derrubar o avião, e bandos de extremistas hutus começaram a massacrar os tutsis, com apoio do Exército, da polícia e das milícias.
O governo de Kagame acusou anteriormente o governo liderado pelos hutus de 1994 de ser responsável por abater o avião e culpou o governo francês por fechar os olhos ao genocídio. Na sexta-feira, o presidente francês Emmanuel Macron ordenou um estudo do governo sobre o papel do país em Ruanda antes e durante o genocídio de 1994. Em uma breve declaração, Macron expressou neste domingo “solidariedade com o povo de Ruanda”.
Kagame é elogiado por acabar com a violência e avançar no desenvolvimento econômico e na saúde, embora seja criticado por controle autoritário. A reconciliação étnica é a pedra angular do governo de Kagame, o líder de fato de Ruanda desde o fim do genocídio de 1994 e presidente do país desde 2000. Ele é considerado responsável por promover estabilidade, crescimento econômico e melhoria da saúde e educação. No entanto, os críticos de Kagame dizem que ele é intolerante às críticas e que seu governo é repressivo, prendendo líderes da oposição. Alguns oponentes afirmam que a reconciliação de Ruanda é forçada.
Um quarto de século após o genocídio, corpos de vítimas ainda estão sendo encontrados. No ano passado, autoridades em Ruanda descobriram sepulturas em massa que contendo 5.400 corpos de vítimas do genocídio. “Vinte e cinco anos depois, as vítimas e os sobreviventes devem permanecer no centro dos pensamentos de todos, mas também devemos fazer um balanço do progresso e da necessidade de garantir responsabilização para todos aqueles que dirigiram esses atos horríveis”, disse a Human Rights Watch. Fonte: Associated Press.