Solteiro, Claro não deixou filhos. Segundo o sobrinho Octávio Gonzaga Neto, o jornalista morreu às 5h40 após duas semanas de internação por causa de uma pneumonia. Fumante durante a maior parte da vida, já havia enfrentado câncer no pulmão e outros problemas de saúde. Ele foi enterrado no mesmo dia 3, no Cemitério Municipal de Jaú.
Descrito por Neto como “muito ativo politicamente”, Claro foi líder estudantil e apoiador da União Democrática Nacional (UDN). Nos últimos anos, foi crítico dos governos Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, assim como havia escrito textos críticos a João Goulart nos anos 1950.
Claro se aposentou nos anos 1990, década em que voltou a residir em Jaú. Entre 1995 e 2011, manteve uma coluna no jornal Comércio do Jahu, que encerrou as atividades em 2019. Além disso, publicou cinco livros, dentre eles A Semente e a Terra, sobre a cidade de Jaú.
Claro considerava Carlos Lacerda, David Nasser e Julio de Mesquita Neto como algumas de suas principais inspirações profissionais. No Estado, assinou texto pela última vez em 1992, na antiga seção Informática, em que noticiava o pioneirismo da informatização da rede de saúde de Santos. Após a aposentadoria, porém, continuou leitor do jornal, para o qual enviava comentários sobre acontecimentos e reportagens.
Neto descreve o tio como muito inteligente. Costumava se vestir formalmente, geralmente de terno e gravata. “Era uma pessoa muito culta, que foi consciente e justa até o final.”
Após sua morte, parentes publicaram um poema de Claro nas redes sociais. “Morrerei um dia. E o rio de sangue vivo/ Que violento corre em minhas veias/ Deitará nas praias das ideias que cultivo/ E, ao partir, sozinho e solitário/ Chorarei saudades infinitas/ Da vida que levei, do meu sudário…/ Deixarei campanhas, amigos e o grito/ Razões primeiras de uma existência breve/ Quando, sozinho, partir para o infinito”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.